Nas ruas
13/09/2010

Alckmin quer alterar regra da progressão continuada

Adriana Ferraz
do Agora

O candidato governista, Geraldo Alckmin (PSDB), 57 anos, diz que, se voltar ao Palácio dos Bandeirantes, vai dividir o ensino fundamental em três ciclos e ajudar os municípios com recursos para a construção de creches para 200 mil crianças.

Agora: O senhor diz que vai dividir o ensino fundamental em três ciclos. Com a mudança, o aluno corre o risco de repetir mais uma vez?
Geraldo Alckmin: Nós tínhamos até o ano passado, dois ciclos de quatro anos. O ensino fundamental passou para nove anos. Um ciclo de cinco seria muito longo, então vamos fazer três ciclos de três anos. O aluno já repete todo ano, se ele falta. Se ele não falta, tem o reforço escolar. Vou fortalecer a avaliação permanente do aluno e fazer reforço escolar no segundo período e nas férias, se precisar.

Agora: De um ciclo para o outro, então, haverá o risco da repetência?
Alckmin: Exatamente. Mas o importante é o aluno aprender. No primeiro ano, com um auxiliar na sala de aula para ajudar na alfabetização. É preciso ajudar a criança, para não criar nela a cultura do fracasso. Já existe o PIC [Programa de Recuperação de Ciclo]. O aluno que apresentou dificuldades vai, no próximo ano, para o PIC. Vamos fortalecer o reforço escolar.

Agora: O senhor também fala em abrir escolas em tempo integral.
Alckmin: Sim, fiz 500 no meu governo e quero ampliar. Também podemos ter o aluno de tempo integral em escolas que não ofereçam espaço físico. Nesse caso, ele vai fazer o segundo período no clube-escola, no centro comunitário, nos centros de línguas.

Agora: Esse modelo de ensino será obrigatório?
Alckmin: Não, é opção dos pais.

Agora: O senhor fala em criar 200 mil vagas em creches. Haverá repasse para os municípios?
Alckmin: Vamos ajudar as prefeituras, repassando aos municípios R$ 1 bilhão ao longo dos quatro anos. As prefeituras entram com o terreno. A criança que faz a creche e a pré-escola entra no primeiro ano do ensino fundamental muito melhor.

Agora: Qual será a prioridade?
Alckmin: Será definida de acordo com a falta de vagas e a situação econômica dos municípios. A capital e a região metropolitana de São Paulo são absolutamente prioritárias. Esse programa tem três objetivos. O primeiro é o educacional, iniciado com o convívio, a socialização com outras crianças. Depois, tem o objetivo de saúde, já que a creche oferece alimentação correta e reduz o número de acidentes em casa, e, por último, o objetivo de permitir com que a mãe trabalhe. Muitas mulheres não têm onde deixar seu filho.

Agora: Qual é a sua proposta para melhorar o ensino médio, que está estagnado segundo avaliações do próprio governo?
Alckmin: São Paulo tem o melhor percentual do país de alunos de 15 a 17 anos estudando na faixa etária correta. Nossa proposta, para melhorar, é oferecer o curso técnico na própria escola, à noite. Antigamente, a maioria dos alunos do ensino médio estudava à noite. Hoje, como os estudantes estão no ano correto, as escolas ficam ociosas no período noturno.

Agora: Como ocorre atualmente nos CEUs, a partir de convênios com o Centro Paula Souza?
Alckmin: Exatamente, fui eu que montei esse programa quando era secretário estadual.

Agora: O senhor acha que o aluno que faz o curso técnico vai melhor no ensino médio?
Alckmin: Sim, porque ele passa mais tempo estudando e se esforça mais, até para passar no vestibulinho [exigido para entrar nas Etecs]. Hoje, existe uma crise mundial no ensino médio. O aluno não quer estudar química orgânica, filosofia. Você precisa tornar a escola mais atrativa. Uma forma é o ensino técnico, oferecendo curso na área de serviços, que é o que mais gera empregos hoje. Também temos como meta oferecer 600 mil vagas de uma segunda língua --inglês e outras opções --nos nossos centros de línguas ou em escolas privadas, por meio de convênios.

Agora: O senhor já foi governador, acha que agora conseguirá fazer tudo isso? Vai devolver a credibilidade à escola estadual?
Alckmin: É importante não generalizar. Nós temos boas escolas e outras que precisam melhorar. Mas independentemente de tudo isso, temos de valorizaro e capacitar o professor. Eu criei a rede do saber, à distância, a teia do saber, presencial. São Paulo foi o primeiro estado do Brasil a cumprir a LDB (Lei de Diretrizes Básicas). O governo pagou a faculdade de pedagogia para os professores. Além disso, fizemos o primeiro programa de computador para o professor - demos metade do dinheiro para 60 mil professores e a outra metade foi financiada pela Nossa Caixa. Depois, oferecemos mestrado e doutorado. Vamos investir mais. E por que dá para fazer? A Constituição diz que tem que investir, no mínimo, 25% do Orçamento em educação. No Brasil todo é assim, em São Paulo são 30%.

Agora: Então não falta dinheiro.
Alckmin: Não está sobrando

Agora: O senhor vai dar aumento ao professor?
Alckmin: Sim.

Agora: De quanto?
Alckmin: Isso vamos avaliar caso a caso, mas pode cobrar: aumento e carreia.

Agora: O bônus por desempenho vai continuar?
Alckmin: Sim, está garantido.

Agora: Em quanto tempo no senhor acha que vai convencer os pais a colocar seus filhos na escola pública?
Alckmin: Educação é um processo. Queremos ser o primeiro lugar do país.

Agora: A sua neta estuda em escola particular. Quando vai incentivá-la a ir para escola pública?
Alckmin: Ela já poderia estar hoje. Temos escolas muito boas. Acho a generalização muito injusta. Quero é que todas cheguem lá. Minha meta é não deixar ninguém para trás.

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