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Mercadante propõe bolsa para jovem poder estudar
Adriana Ferraz
do Agora
O senador Aloizio Mercadante (PT), 56 anos, afirma que quer ser conhecido como o governador da educação. Para isso, diz que vai atrair os alunos com atividades de esporte, de cultura e com uma bolsa para os jovens necessitados.
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Agora: Como o senhor vai valorizar os professores?
Aloizio Mercadante: Com um outro tipo de tratamento. Metade da categoria não tem nem concurso. Como é que pode um governo que esta aí há 16 anos não ter feito nem concurso? Como é que o professor, sem estabilidade, sem carreira, sem perspectiva de vida, ser um bom professor? Educar é um ato coletivo. Tem que ter equipe, carreira, promoção.
Agora: O senhor diz que quer ser o governador da educação. O que o senhor vai fazer para isso?
Mercadante: Vou acabar com a aprovação automática, restabelecer o boletim e a avaliação. Hoje, o aluno sabe que vai passar sem aprender. O boletim representa o sistema de avaliação dos alunos, para que os pais acompanhem, para que a escola avalie o esforço do aluno e o que ele aprendeu. As duas coisas têm de ser avaliadas. A presença na sala de aula, a participação nos exercícios e a eficácia do aprendizado, porque alguns alunos têm tempos diferentes para aprender. E tem que ter reforço escolar para valer. O que não pode acontecer é o que eu vejo todo dia. É só sair na rua e perguntar. As crianças estão na 5ª, 6ª séries e não sabem ler e escrever. E quem vai reprovar ele? A vida. A primeira escola de São Paulo no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ficou no número 2.583.
Agora: Mas o governo diz que, no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), o Estado está na 1ª, 2ª e 3ª colacações de acordo com o ciclo de ensino.
Mercadante: São Paulo tem que liderar o conhecimento. Temos as melhores universidades do Brasil. Você pode criar uma universidade do professor, usando a USP, a Unesp e a Unicamp, para formar os professores, de forma continuada. São Paulo tem os melhores institutos de pesquisa, as melhores escolas privadas. Por que o Estado é capaz de fazer uma USP, uma Unicamp, uma Unesp e não consegue dar ensino de qualidade aos alunos do ensino básico e do fundamental? Porque eles só fazem o que é bom para poucos. Etecs e Fatecs são coisas ótimas, mas para poucos. A maioria dos alunos não tem essa opção.
Agora: O ensino médio oferecido nas Etecs, por exemplo, é considerado bom. O senhor pretende aumentar essa oferta?
Mercadante: Sim, e não só nas Etecs. A nossa meta é ir implantando, progressivamente, ensino integral no ensino médio.
Agora: E os alunos que trabalham?
Mercadante: Quem trabalha? Vamos substituir o programa renda-cidadã, que são 150 mil famílias que recebem, pelo Bolsa Família, que atinge quase 1,1 milhão. Quer dizer, quem paga mais e ajuda os pobres é o governo federal com o Bolsa Família. O Renda Cidadã é um programa concorrente, não faz o menor sentido. Então, o Renda Cidadã vai ser uma porta de saída. Vamos dar para os jovens necessitados, que precisem de necessidade de renda, bolsas de R$ 100 para continuar estudando. Como tem o Pró-Jovem, com 70 mil bolsas, que São Paulo não quis adotar.
Agora: Mas com R$ 100 não dá para parar de trabalhar.
Mercadante: Depende, ele está concluindo a formação dele. Vai sair com curso profissionalizante. Lógico que, se ele for trabalhar mais cedo, ele pode, num primeiro momento, ter um salário melhor. Mas, se ele se formar e tiver uma profissão, vai se sair muito melhor no mercado de trabalho. Por que o filho da classe média não sai correndo para trabalhar e tem chance de estudar, fazer uma universidade?
Agora: Porque não precisa levar dinheiro para casa.
Mercadante: Não, e é por isso que tem o bolsa-família. Por isso precisamos fazer um programa de bolsa, de complementação da renda do jovem para que ele continue estudando. E se o governo estadual trabalhar junto com o governo federal, a gente pode aumentar essa remuneração e dar uma bolsa escolar para o jovem continuar sua formação.
Agora: E no ensino fundamental, o senhor também defende o período integral?
Mercadante: Defendo o Mais Educação, que é programa do governo federal implantado em mais de 10 mil escolas. Em meio período, atividades de esporte, de cultura e de reforço, especialmente leitura, redação e matemática. Já existe esse programa e vamos fortalecer. Mas, em vez de ser na escola, trancado, você usa o clube, o cinema, os equipamentos sociais para os alunos terem atividades e complementação educacional.
Agora: Os seus filhos estudaram em escolas públicas?
Mercadante: Não, minha mulher trabalhava numa escola particular e não precisei pagar. Os dois entraram na USP.
Agora: O senhor os colocaria hoje na rede pública?
Mercadante: Não. A privatização mais cruel desse governo foi a da qualidade de ensino. Eles criaram [governo atual] um apartheid [separação] social no conhecimento da sociedade. Eu estudei na escola estadual, a mesma do Mário Covas, em Santos. Ele entrou na USP, eu entrei na USP. Por que hoje o colégio não garante isso? Tem que ter escola de qualidade. Isso tem que ser a grande prioridade. Eu quero ser governador para ser avaliado pelo o que eu fizer na educação. Se eu não for capaz de melhorar, tenho de ser reprovado, e quem não for capaz, tem que perder a eleição. O Brasil tem que entender que o futuro passa pela sociedade do conhecimento, que a escola é a grande prioridade. A educação é a base. Por que a elite não distribui cultura na socidade? Para manter os privilégios. Na hora em que você distribui conhecimento e educação, você muda a sociedade, você dá oportunidade a quem quer. E tem que dar computador para o professor.
Agora: Antes de reformas as escolas? Tem dinheiro para isso?
Mercadante: Você sabe qual é o Orçamento do Estado para educação? São R$ 30 bilhões.
Agora: Então dá para fazer tudo?
Mercadante: De uma vez, não, mas dá para ir melhorando progressivamente.
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