Ampliar especialidades é o desafio na saúde

Oferecer atendimento médico especializado para 24,2 milhões de pessoas --quase 60% da população do Estado. É esse o desafio que o próximo governador de São Paulo terá de enfrentar na saúde, área prioritária para o paulista, que também espera por melhorias na educação, na segurança e nos transportes.

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Os temas serão debatidos em reportagens especiais que o Agora publica a partir de hoje.

Especialidades

Na organização atual do sistema público de saúde, o Estado tem a atribuição de ofertar serviços de especialidade e de alta complexidade, como o tratamento de um câncer. Mas agendar uma consulta ou um exame pode levar até três meses em uma unidade pública, de acordo com médicos e pacientes.

Ainda há filas nos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) --equipamentos criados pela atual gestão para absorver parte da procura por tratamento especializado, que reúne médicos como cardiologistas, ginecologistas e endocrinologistas.

O problema se repete em unidades geridas pelo Estado e por organizações sociais --responsáveis pela administração de quase metade dos hospitais do Estado.

Outro desafio do próximo governo é expandir o atendimento de qualidade, oferecendo mais unidades de saúde que funcionem como centros de referência, a exemplo do Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira e do Hospital das Clínicas, ambos bem avaliados pela população.

Informatização

Na mesma medida, também é preciso concluir a informatização da rede desde o atendimento primário, feito nas unidades municipais. É lá que uma relação mais humana entre médico e paciente deve ser iniciada, com consultas mais demoradas.

Essa condição, segundo o médico Pedro Dimitrov, doutor em saúde pública pela USP, está relacionada à valorização do profissional. "Para isso é preciso oferecer salário e carreira. O profissional da área da saúde tem de ter dedicação ao seu trabalho, não pode ter três, quatro empregos para sobreviver", diz o médico.

Segundo Dimitrov, a rede só vai funcionar quando houver uma reorganização que faça com que o médico seja responsabilizado pela saúde da comunidade que atende. "Dando essa condição, ele vai saber que, se não tratar direito o paciente, este não volta na semana seguinte."

A correta medicação também passa pela expansão da distribuição gratuita de remédios --que avançou nesta gestão, nas farmácias de alto custo-- e com a inauguração de dez novos centros hospitalares no Estado.