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Paulo Skaf afirma que fará choque de gestão
Adriana Ferraz
do Agora
O paulistano Paulo Skaf (PSB) estreia na política como candidato ao governo após presidir a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o sistema Sesi-Senai. O socialista defende a reorganização da saúde para atender com qualidade e rapidez.
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Agora - No seu plano de governo o senhor diz que vai reduzir para 15 dias o tempo de espera para agendamento de consultas e exames. Como?
Paulo Skaf - Você tem um problema de agendamento. Já vi casos de espera de um ano. O primeiro ponto é recadastrar a fila. Quando alguém marca um exame para um ano depois e precisa de um exame, o que acontece na prática? Vai lá e se vira. Acaba pagando o exame, ou arrumando alguém que pague, e mesmo assim não sai da fila. O segundo ponto é colocar os equipamentos instalados para funcionar. Em São Paulo, por exemplo, no caso de ressonância, são 81 equipamentos, com uma capacidade de trabalho de 10 a 12 horas por dia, de 700 mil exames por ano. Hoje, estão fazendo 120 mil. O que precisa é aumentar a produção.
Agora - Dá para estimar em quanto tempo essa organização estará pronta?
Skaf - No caso dos exames, nos primeiros dias de governo vamos cadastrar as filas para dimensionar qual é realmente o tamanho do problema e, paralelamente, já identificar o motivo de os equipamentos não estarem trabalhando o horário necessário. O motivo é a necessidade de aumentar a autorização de agendamento e com isso precisar de um gasto maior com exames? Então vamos liberar. O motivo é falta de manutenção? Então, manda para a manutenção. A verdade é que você nem precisa pensar em comprar novos equipamentos. Tem que fazer funcionar o que já está aí.
Agora - O médico terá aumento salarial?
Skaf - Os médicos têm que ter aumentos salariais, sim. O que acontece hoje com os médicos é que, como eles ganham pouco, eles acabam tratando o atendimento num posto público quase como um bico. Ele vai num posto público fica duas, três horas por dia e tem outros três, quatro salários. Você tem que criar uma condição para que o médico encare aquele trabalho como o principal. Com isso, vamos reduzir a ocupação de hospitais sem necessidade.
Agora - De quanto será o aumento?
Skaf - No primeiro ano, será 35% de reajuste. Ao longo da administração, em torno de 60%, que daria um impacto inicial na folha de R$ 2,5 bilhões. Mas na realidade o impacto não é esse por causa da inflação, é menor. Você considera uma inflação de 25% nos quatro anos, dá então R$ 1 bi de impacto.
Agora - Então esse aumento é viável?
Skaf - Super viável, se não fosse não estaria planejando. Estou procurando conhecer profundamente todos os problemas. A profundidade que eu falo é a mais importante para um governador. Não preciso aprender como se faz um exame de ressonância, mas saber o que se tem de instalação, por que não funciona, qual é a capacidade, qual é o custo, como se estimula os médicos, os salários. Enfim, tudo isso estamos fazendo, para ter pé e cabeça em todas as áreas.
Agora - O senhor é a favor da terceirização da saúde no Estado, por meio de contratos de gestão com organizações sociais?
Skaf - Eu sou a favor de tudo o que funcione bem. Existem muitos hospitais e AMEs em que organizações sociais mantêm uma boa gestão. Não tenho nada contra ter OSs na organização de algumas áreas da saúde, desde que haja controle.
Agora - O senhor pretende construir novos AMEs no seu governo?
Skaf - Não tenho essa história de que projeto de governo anterior é ruim, não. Esse projeto é do final do governo Serra. Os AMEs são bons, mas entendo que seria bom também que se acoplassem ao atendimento primário. O ideal na minha visão seria: a pessoa tem uma necessidade, ela procura um posto de saúde e, dependendo do caso, imediatamente ter anexo um AME.
Agora - O senhor se sentiria tranquilo se não tivesse um plano de saúde?
Skaf - Se eu dependesse da saúde pública? Como, se a essa realidade é essa? A minha maior preocupação será, sem dúvida nenhuma, atacar e reorganizar a saúde do Estado. Tanto que eu convidei uma médica, a Mariane Pinotti, que é filha do Dr. Pinotti, que dedicou a vida à saúde pública, para ser minha vice-governadora.
Agora - O senhor também vai reestruturar os hospitais?
Skaf - Sim, isso tudo é gestão. Você quer um exemplo? Os hospitais fazem compra separadamente. Como normalmente têm aperto financeiro, pagam o preço que o fornecedor quiser, porque não têm crédito. Quando compram um produto, vem com ICMS, 18%, e não se credita porque é consumidor final. Então, o preço que já é caro, tem mais imposto. O dinheiro é curto e o custo é mais caro. Não há nenhuma plataforma, nenhuma central de logística. Cada um faz o seu, ou seja, o custo sai muito alto. E os controles? São falhos. Quantas vezes se fala, encontraram um lote de remédios vencidos, sumiu não sei o quê? Tudo isso é gestão. Não tenho dúvida que o problema número um da saúde é a gestão e depois recursos.
Agora - O que o senhor pretende fazer para oferecer tratamento ao dependente de crack na capital e no interior.
Skaf - Vamos ter, em todas as 15 regiões administrativas do Estado, uma clínica de tratamento de dependentes químicos.
Agora - Como ela funcionaria?
Skaf - Para internação, tratamento ambulatorial. Por exemplo, em Presidente Prudente, fui a um ambulatório de doentes mentais. Era meio-dia e pouco. Não tinha um enfermeiro, não tinha um psicólogo, não tinha um psiquiatra. Só estavam os doentes e uma pessoa ensinando culinária. Um prédio com um visual péssimo, degradado. Um negócio péssimo. Então, é gestão. A saúde no Estado é muito complicada e as pessoas sempre que falam de saúde falam de recursos. Não estou dizendo que não seja importante, mas a gestão vai fazer economia, vai evitar desperdício, e muitas vezes com menos se faz muito mais. Se depois disso feito, faltar recursos, aí eu arrumo mais, porque, para saúde, educação e segurança, um Estado como São Paulo não pode falar que não tem recurso.
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