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Alckmin pretende abrir mais ambulatórios em SP
Adriana Ferraz
do Agora
Geraldo Alckmin (PSDB) governou o Estado por seis anos e tenta voltar ao Palácio dos Bandeirantes nestas eleições. O candidato foi o único que apresentou suas propostas para a área da saúde por e-mail, não aceitando conceder entrevista ao Agora. Ele pediu três dias para responder à reportagem. Acompanhe:
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Agora - O senhor elogia os AMEs, criados pelo atual governo, e diz que vai ampliá-los. O tempo de espera para uma consulta, porém, é de pelo menos três meses hoje nesses ambulatórios. A mesma espera é enfrentada para fazer um exame de imagem na rede, segundo a própria secretaria estadual. A fila vai acabar no seu governo, com os novos AMEs que construirá? Quantos serão?
Geraldo Alckmin - Os prazos citados estão errados. O agendamento das consultas nos AMES é realizado pelas Unidades Básicas de Saúde municipais, por meio de um sistema informatizado que é disponibilizado pela Secretaria. Todos os meses os AMEs ofertam aos municípios, com agenda para 45 dias, um determinado número de consultas e exames. Cabe às UBSs, ou à prefeitura, efetuar a marcação de consulta. Esse tempo de espera varia conforme a especialidade e a região. Em alguns casos, é possível inclusive o agendamento da consulta dentro da mesma semana em que foi solicitada pelo médico. O mesmo acontece com os exames de apoio diagnóstico. No caso de o médico do AME solicitar um exame para o paciente, o procedimento pode ser realizado, inclusive, no mesmo dia da consulta. Os AMEs estão, na verdade, revolucionando o atendimento médico ambulatorial no Estado. E vamos ampliar ainda mais a rede no próximo governo, com mais 20 ambulatórios em todo o Estado.
Agora - O seu programa de governo menciona a construção de mais dois hospitais estaduais, um em São José dos Campos e o outro no litoral norte. Em qual cidade? Eles ficarão prontos quando? Após as obras, os equipamentos serão geridos pelo Estado ou por OSs?
Alckmin - O Vale do Paraíba era a única região do Estado de São Paulo que não tinha nenhum hospital público estadual. Nós fizemos o Hospital Estadual de Taubaté, após estadualizarmos e comprarmos o Hospital Santa Isabel. São José dos Campos merece um Hospital Estadual e nós vamos discutir, com a Prefeitura e com a comunidade, a melhor maneira de fazê-lo o mais rápido possível. O Litoral Norte, pela distância de Taubaté, necessita de um hospital público, gratuito, todo equipado, que tenha condições de servir a população da região.
Agora - O senhor é a favor da terceirização da saúde? Vai ampliar os contratos de gestão, firmados pelo atual governo, no seu mandato?
Alckmin - O modelo não é novidade em São Paulo. Foi implantado em 1998 em hospitais estaduais paulistas e, em razão do seu sucesso, foi adotado por 71 municípios e 14 estados brasileiros, alguns dos quais dirigidos por partidos de oposição. As organizações permitem que um hospital preste atendimento público em saúde com a necessária agilidade e eficiência da gestão. Os hospitais não fazem licitação para comprar insumos ou medicamentos, mas adotam rígidos regulamentos de compras. Não realizam concurso público e sim seleção dos mais capazes, para proporcionar o necessário dinamismo na contratação de profissionais qualificados e na demissão daqueles que não cumprem com suas obrigações. E prestam contas regularmente ao governo, à Assembleia Legislativa, ao Conselho Estadual de Saúde e ao Tribunal de Contas sobre suas atividades. As entidades parceiras do governo paulista na gestão de seus hospitais são instituições de tradição e credibilidade na prestação e serviços de saúde.
Agora - O salário inicial de um médico contratado pelo Estado hoje é de R$ 1.757,25. O salário médio, segundo a secretaria estadual da saúde, é de R$ 4.800. O senhor, como médico, acha esses valores justos? Haverá aumento salarial no seu governo?
Alckmin - Esse valor não contempla o valor da produtividade paga aos médicos que atuam nos hospitais de administração direta. Na grande maioria dos casos, o valor inicial é de R$ 2.400 para 20 horas semanais. Já a remuneração média é de R$ 4.800 para 20 horas semanais. Além disso, cada médico pode fazer mais dez plantões presenciais por mês, a R$ 660 por plantão, o que pode ampliar esse valor para até R$ 11,4 mil mensais. O governo já vem investindo na melhoria da carreira na saúde nos últimos anos e nossa proposta é intensificar as políticas de valorização dos profissionais da saúde. O meu dever, até como médico, é avançar mais.
Agora - Como o senhor vai tratar o viciado em crack e dependentes de álcool? Haverá clínicas de internação na capital e no interior?
Alckmin - Eu vou aumentar o número de clínicas voltadas à internação de dependentes químicos. Infelizmente, a internação é necessária para tratar os casos mais graves. São Paulo conta hoje com três instituições públicas para atendimento e internação de usuários de droga, seja álcool ou drogas ilícitas. O Estado já conta com 314 leitos para tratamento da dependência química, somados os leitos exclusivos para esse fim (onde se encaixam estas três instituições) e aqueles disponíveis em enfermarias psiquiátricas. É um modelo que tem dado certo, e meu programa de governo prevê sua expansão. Nós também iremos apoiar financeiramente ações da sociedade civil que já tenham reconhecido êxito na prevenção e tratamento de usuários de drogas, especialmente o crack.
Agora - A saúde consome atuais R$ 12 bilhões do Orçamento do Estado. O senhor vai aumentar os gastos com saúde no seu governo?
Alckmin - Sou médico, e saúde para mim é prioridade. Vou sim ampliar os investimentos na saúde, criando mais AMES, completando a rede Lucy Montoro, com 17 hospitais de reabilitação e ampliando a lista de remédios distribuídos de graça no Dose Certa. Também pretendo fortalecer o Programa Saúde da Família e o Programa de Saúde da Mulher, além de universalizar os programas de atenção ao idoso. Enfim, vamos avançar ainda mais na área da saúde para garantir o bom atendimento à população.
Índice
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21/03/2019
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15/03/2019
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