Nos bastidores, STF conta 5 votos pró-condenação

A resposta à pergunta mais repetida desde o início do julgamento do mensalão ainda é desconhecida no próprio STF (Supremo Tribunal Federal): a corte vai condenar ou inocentar os principais réus do que o Ministério Público Federal chama de "núcleo político" do escândalo de corrupção?

A reportagem esteve com nove dos 11 magistrados nas últimas duas semanas. Nenhum revelou sua convicção.

Poucos sinalizaram como devem votar, mas deram palpites sobre o que imaginam ser a posição dos colegas.

Pela média das opiniões, o placar estaria hoje indefinido --mas apertado para os réus.

Pelo menos cinco ministros estariam emitindo sinais de que devem condenar protagonistas políticos do mensalão, entre eles, José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo Lula.

Quatro deles seria arriscado especular sobre seus votos. Dois são tidos como certos pela absolvição de ao menos alguns réus.

Barbosa é unanimidade

Joaquim Barbosa é rara unanimidade: todos os que opinaram afirmam que ele condenará os principais réus.

Em segundo no ranking, pela condenação dos principais réus, está o presidente da corte, Carlos Ayres Britto.

O próprio Britto já se definiu a interlocutores como liberal em casos de "ladrão de galinha", mas duro com crimes "de colarinho branco".

O ministro nega que já tenha o voto definido.

Gilmar Mendes foi incluído entre os que podem condenar. O ministro não esconde a indignação pelos "ataques" feitos a ele pelo PT.

Cezar Peluso é tido como voto contra. Na aceitação da denúncia pelo STF, em 2007, foi considerado duro.

Marco Aurélio Mello faz críticas à condução do julgamento. Juristas o alinharam pela absolvição.

Na semana passada, no entanto, enviou sinal na direção oposta ao dizer a um amigo que aquela era uma leitura equivocada.

Cármen Lúcia já falou mal de advogados e réus no cafezinho do STF, mas pode estar querendo despistar, segundo um colega.

Celso de Mello, decano da corte, é outra incógnita. Luiz Fux também confunde. Sempre foi colocado na coluna da absolvição, por ter sido indicado pela presidente Dilma.

Rosa Weber, outra indicada por Dilma, entra muda e sai calada do STF.

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