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Flávio empregou parentes de suspeito de chefiar milícia
Da Folha de S.Paulo
O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) empregou até novembro do ano passado em seu gabinete na Assembleia Legislativa a mãe e a mulher de um ex-policial militar suspeito de comandar milícias no Rio de Janeiro.
O ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, 42 anos, foi um dos 13 alvos de operação deflagrada ontem pelo Ministério Público para prender suspeitos de chefiar milícias que atuam em comunidades como Rio das Pedras e Muzema, zona oeste do Rio. Ele, que foi expulso da corporação, seguia foragido à noite.
A mãe do ex-PM, Raimunda Veras Magalhães, e a mulher dele, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, deixaram o gabinete de Flávio, a pedido, em 13 de novembro. Elas ganhavam R$ 6.490,35 mensais cada. A informação foi antecipada pela TV Globo.
Raimunda é um dos ex-servidores de Flávio citados em relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que identificou movimentações financeiras atípicas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz –ela repassou R$ 4.600 para ele.
Resposta
A assessoria do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse que Raimunda Veras Magalhães foi contratada por indicação do ex-assessor Fabrício Queiroz, responsável pela supervisão do trabalho, e que não pode ser responsabilizado por atos que desconhece. Em nota, ele disse que sempre atuou na defesa de agentes da segurança pública –por isso já concedeu "centenas de outras homenagens".
A defesa de Queiroz confirma a indicação da funcionária, mas afirmou que repudia qualquer tentativa de vincular seu nome a milícias. Segundo o advogado Paulo Klein, Queiroz conheceu Adriano quando trabalharam juntos no 18° Batalhão da PM e não sabia do envolvimento com milícias. A defesa disse que Queiroz solicitou a nomeação da mulher e da mãe do colega para o gabinete de Flávio porque a família passava por dificuldades financeiras.
O presidente interino, general Hamilton Mourão, afirmou que o problema de Flávio Bolsonaro é o sobrenome dele.
"O único problema do senador Flávio qual é? Sobrenome, né? Se o sobrenome dele fosse Silva...", afirmou. Mourão disse que não cabe a ele analisar o caso e que o governo está tranquilo sobre o tema.
A reportagem não localizou a defesa dos alvos da operação.
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