Elas por ela

Em tempos em que o termo "feminismo" é debatido em toda parte, desde o novo clipe da funkeira carioca Anitta às cerimônias de prêmios famosos mundialmente, como o Oscar e o Grammy, é importante, antes de criticar ou apoiar, primeiro entender o que está sendo discutido. A escritora Danuza Leão, por exemplo, confessou recentemente que não sabia o que significava o termo "assédio" quando escreveu uma coluna ao jornal "O Globo" que dizia que "Toda mulher deveria ser assediada pelo menos três vezes por semana para ser feliz".

É em boa hora, pois, que recomendo a leitura do pequeno, barato e descomplicado "Feminismo em Comum - Para Todas, Todes e Todos" (R$ 19,90, 126 págs., Rosa dos Tempos), da jornalista e filósofa gaúcha Marcia Tiburi, 47 anos. A explicação do título já aborda por si só a questão do gênero. "Todes" libera as pessoas de se definirem necessariamente como homens ou mulheres, enquanto "todos" dá ao movimento a dimensão da humanidade, afinal, a questão da igualdade interessa a todos os seres humanos.

Filmes como "As Sufragistas" (2015) mostram, inclusive, que a luta feminina –neste caso, pelo direito ao voto– vem até mesmo das camadas mais pobres da sociedade, longe de ficar restrita às elites.

No livro, Marcia também se debruça sobre um assunto pouco debatido ao longo da história: o papel do trabalho na vida das mulheres, que em muitas sociedades são condenadas a atividades braçais domésticas pelo resto de suas vidas pelo simples fato de serem mulheres. E detalha, ainda, que o feminismo não nasceu agora: é herdado de centenas de anos de injustiças bastante palpáveis, como prática de estupros e violência doméstica.

Vivian Masutti, 32 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras (português e francês) pela Universidade de São Paulo, onde também cursou a Faculdade de Educação e obteve licenciatura plena em língua portuguesa

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