Boneca de verdade

Eu não me lembro da minha vida sem irmãos. E não, não sou filha caçula. Sou a mais velha dos três filhos de "dona" Netinha e "seo" Marcos. O fato é que meu irmão, Marcos Clayton, e eu temos apenas dois anos de diferença de idade.

Então, desde que me lembro de mim como ser humano que vive,respira e apronta, as lembranças são de uma vida ao lado dele. Com minha irmã foi diferente.

A caçula Tatiane veio ao mundo quando eu havia acabado de fazer nove anos e foi como se eu tivesse ganhado uma boneca de verdade.

Lembro-me do quanto cuidei da bebê e de, um dia, tirá-la do berço e colocá-la para dormir em minha cama comigo.

Na última sexta-feira, 29 anos se passaram desde que ganhei minha "boneca de verdade". Ela fez aniversário e, por mais que tenha se tornado uma mulher linda e admirável, para nós ela ainda é simplesmente a caçula da família.

Minha vida se transformou com o nascimento dela. Dividimos a genética e, embora pareçamos muito diferentes, nosso
jeito de amar, de errar, de acertar e de tentar fazer do mundo um lugar melhor é igualzinho.

Ela é a melhor companheira de toda uma existência, é a melhor tia que minhas filhas ganharam neste mundo. E foi com ela que eu aprendi que ter irmãos muda todo o sentido da existência. Vida longa à caçula!

Dica de passeio

A exposição itinerante "Água" estará em cartaz no Sesc Belenzinho (r. Padre Adelino,1.000), até 18 de fevereiro, com entrada grátis. A foto de Sheba Chhachhi, da Índia, é uma das obras da mostra.

Cristiane Gercina, 38 anos, é mãe de Luiza, 10, e Laura, 5. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é editora-assistente de Grana do Agora. É apaixonada pelas filhas e por literatura.

Quer ver o desenho do seu filho publicado na coluna? Envie-o para o e-mail colodemae@grupofolha.com.br com nome completo e idade da criança, nome do responsável e celular do responsável.

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