29/04/2009

Brasil investiga 20 casos; São Paulo descarta 2

Adriana Ferraz, Gilberto Yoshinaga e Folha de S.Paulo
do Agora

O governo brasileiro estuda 20 casos suspeitos de gripe suína no país. Os supostos infectados estão divididos em oito estados (veja mapa). O Estado de São Paulo está fora da lista desde ontem à tarde, quando duas pessoas que eram monitoradas foram liberadas pelas autoridades em vigilância sanitária.

O Ministério da Saúde afirma que o vírus não está em circulação no país mas que, se necessário, o governo tem condições de oferecer tratamento à população. Na capital, três hospitais estaduais estão preparados para receber pacientes: Hospital das Clínicas, Hospital São Paulo e Hospital Emílio Ribas. A prefeitura criou uma central de dúvidas, pelo telefone 156.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o momento é de "cautela e prevenção". "A gente não pode ficar vendendo pânico porque de repente você cria um problema onde não existe problema", afirmou.

Apesar da garantia dada pelo governo, muitas pessoas estão correndo às farmácias atrás de medicamentos que possam prevenir a doença. Em São Paulo, algumas redes venderam todo o estoque do Tamiflu --antigripal usado para combater o vírus influenza, causador da gripe. A automedicação preocupa a Associação Panamericana de Infectologia, que já recomenda que o remédio seja retirado das prateleiras das farmácias.

O mesmo ocorre com o uso de máscaras. O medo da doença gerou uma verdadeira corrida para as máscaras cirúrgicas no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP). Em uma das duas farmácias no local, a venda do produto disparou. "Antes da gripe suína surgir, vendíamos cerca de 50 máscaras por mês. Nos últimos três dias, vendemos quase 500 peças", afirma Fabrício Vicente, 24 anos, funcionário da farmácia.

Segundo ele, quem mais procura o produto são os passageiros que embarcam diariamente com destino para os Estados Unidos, o México e o Canadá. "Funcionários de companhias aéreas e de lojas do aeroporto também têm comprado muitas máscaras.

Enquanto isso, a Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem) aconselha que passageiros com viagem marcada para o México adiem sua programação. Representantes do Conselho Comercial do México em São Paulo também recomendam, desde a semana passada, que empresários com compromissos no país remarquem suas agendas, enquanto a gripe não é definitivamente controlada.