29/04/2009

135 casos da gripe são registrados em 8 países

Daniela Ortega e Folha de S.Paulo, Agências
do Agora

Com novos casos confirmados na Espanha, no Reino Unido, na Nova Zelândia, em Israel e na Costa Rica, a OMS (Organização Mundial da Saúde) contabilizou ontem 135 infectados pela gripe suína em oito países. A organização advertiu que o vírus continua a se propagar e pediu aos países que se preparem para uma pandemia (epidemia que se dissemina pelo mundo).

Com exceção do México, onde a OMS confirmou sete mortes --e não 20, como chegou a ser divulgado pelo governo mexicano--, nos demais países os casos são manifestações brandas. Os pesquisadores da organização ainda não sabem por que a doença apresentou sintomas mais graves no México. Eles estudam o perfil dos infectados para obter pistas. Enquanto alguns pacientes nos EUA se recuperaram sem sequer receber medicamento, outros no México desenvolveram pneumonias severas que levaram à morte.

Além do alcance geográfico, o que preocupa os especialistas é a alta capacidade do novo vírus de se transmitir entre humanos. Foram revelados casos de estudantes em Nova York que pegaram a doença sem ter estado no México. Eles teriam sido contagiados pelo contato com pessoas que estiveram no país. A OMS diz que a doença já não é mais tratada como gripe suína, mas como gripe humana, "pois todos os casos de contágio estão ocorrendo entre humanos".

A organização confirmou ontem o segundo caso na Espanha, dois no Reino Unido e dois em Israel. Na Nova Zelândia já são 14, sendo que três foram oficialmente confirmados pela OMS. Assim, chegou a sete o número de países afetados, com México (26, incluindo as sete mortes), EUA (74) e Canadá (13) também no topo da lista. A Costa Rica anunciou dois casos ontem, ainda não confirmado pela OMS, o que totaliza, oito países e 135 doentes.

Keiji Fukuda, diretor-geral assistente da OMS, explicou que o organismo só conta os casos que foram confirmados em laboratório e comunicados pelos países. "Há muitos números flutuando", disse, advertindo para o risco de informações infladas aumentarem a confusão. Segunda-feira, a organização elevou o alerta de 3 para 4 (numa escala de 6), indicando que o risco de pandemia era significativo. Também admitiu que já não era viável conter a propagação e que o foco deveria ser a redução dos efeitos.

Viagens

Todos os novos casos registrados ontem foram de pessoas que estiveram recentemente no México. Embora a OMS não recomende restrições ao movimento de pessoas, vários países apertaram o controle das fronteiras. EUA, Canadá, Reino Unido, França e Alemanha desaconselharam viagens ao México. A União Europeia, que na segunda havia feito o mesmo, voltou atrás e disse que não há motivos para restrições. Ontem, a Argentina anunciou a suspensão dos voos provenientes do México até segunda-feira para evitar a disseminação da gripe. Cuba também suspendeu os voos de e para o México, mas por 48 horas.

Fukuda disse que o risco de pandemia é alto, mas que, se ocorrer, poderá ser branda. Porém, alertou: "A pior pandemia do século 20 começou relativamente branda e acabou se tornando um dos episódios mais graves de doenças infecciosas já registrados", lembrou, em referência à gripe espanhola (1918), que deixou 20 milhões de mortos.