Prefeitura diz que caso é de polícia e não informa se sabia de remoção
Bruno Ribeiro
do Agora
Nem Polícia Militar, nem Polícia Civil nem prefeitura disseram saber da expulsão dos sem-teto da marquise da rua Amaral Gurgel. Em nota, a Secretaria de Assistência Social do governo Gilberto Kassab (DEM) diz que o caso é de "segurança pública". "A secretaria faz trabalhos de abordagem, encaminhamento e atendimento à população de rua na área social."
A resposta foi dada quando o Agora indagou se a pasta (chefiada pela própria vice de Kassab, Alda Marco Antonio) sabia da situação e questionou, caso não soubesse, como o órgão não sabia do ocorrido --por ser esse um dos pontos mais conhecidos de população de rua da cidade.
A Polícia Militar disse o oposto ao que foi informado pela pasta da vice-prefeita: moradores de rua são uma questão social, exceto se há algum crime que os envolva. O delegado Calixto Calil, titular do 77º Distrito Policial (que atende a rua Amaral Gurgel), disse que a prefeitura não o procurou para relatar o problema.
A secretaria anunciou há uma semana que quer retirar metade dos moradores de rua que vivem em albergues porque, segundo Alda Marco Antonio, eles não precisam ficar lá. A secretária sugeriu que alguns deles ganham até R$ 1.000 por mês, mas preferem ficar nos albergues. O Agora pediu o número exato de moradores que ganham essa quantia mensal e o contato de todos eles para que o dado fosse checado. A secretaria se negou a fornecê-los.
"Esses dados são de controle interno da secretaria". A reportagem também pediu entrevista com a vice-prefeita. Não houve resposta. Quando a reportagem pediu novamente todos esses dados, a pasta informou, em nova nota, que "ficam valendo as respostas enviadas anteriormente".
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