PM troca comando da Corregedoria

Atualizado em 05/10/2017 às 16h38.

No mesmo dia em que a Polícia Civil prendeu ontem pela manhã um PM suspeito de chefiar um grupo de extermínio, o Comando-Geral da PM trocou a chefia da Corregedoria (órgão fiscalizador) da corporação por suposta falta de uma ação mais efetiva. Oficialmente, o comando da PM sustenta que a saída do coronel David Rosolen se deve a uma série de remanejamentos (cerca de cem, envolvendo patentes que vão de tenentes a coronéis) que serão publicadas hoje no "Diário Oficial" do Estado. Rosolen, que irá para a reserva, será substituído pelo também coronel Admir Gervásio Moreira, que até ontem era o chefe do Comando de Policiamento Metropolitano. O ex-corregedor não foi localizado ontem pela reportagem.

A ordem do Comando da PM para Moreira é para que ele coloque "freio" nos casos de violência envolvendo PMs. A saída de Rosolen foi impulsionada pela morte dos motoboys Alexandre Santos, 25 anos, e Eduardo Luís dos Santos, 30 anos, e também do camelô Roberto Marcel Ramiro dos Santos, 22 anos. Alexandre foi estrangulado por quatro PMs da zona sul de SP; Eduardo foi torturado dentro de um quartel da PM na zona norte; e Roberto foi morto com mais de dez tiros. Dezenove dias antes de Roberto ser morto, ele e sua mãe foram ameaçados de morte pelo PM Valdez Gonçalves dos Santos, do 21º batalhão. Ontem, ele foi preso temporariamente. As investigações apontam que Valdez e outros cinco PMs são suspeitos de participar da morte de ao menos 11 pessoas na zona leste. A suspeita é que PMs se uniram para matar usuários de drogas. A reportagem não localizou o advogado do PM Valdez.

Atualização de reportagem por decisão judicial
Valdez Gonçalves dos Santos foi absolvido pela Justiça em 2014. Ele respondeu a processo criminal e foi absolvido sob o fundamento de que não há provas de que tenha ocorrido infração penal –a decisão transitou em julgado, ou seja, não há mais possibilidades de recurso.