Ruas ficam desertas e abrigos estão lotados

FUKUSHIMA - Ameaçadas pela usina nuclear Fukushima 1, as cidades vizinhas ficaram praticamente desertas ontem após a orientação para os moradores permanecerem em casa. Trens de passageiros abandonados no meio dos trilhos, casas devastadas pelo tsunami e ruas comerciais vazias e empoeiradas de lama já seca compunham um cenário apocalíptico.

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Na cidade de Iwaki, onde 38 pessoas morreram por causa do tsunami, quase nenhum dos cerca de 350 mil moradores estava à vista.

A falta de luz em várias partes da cidade tornava difícil saber se eles deixaram o local ou se apenas obedeciam às recomendações do governo.

O único prédio movimentado era a escola de ensino fundamental que serve de abrigo para cerca de 1.400 desabrigados, divididos entre os que perderam a casa para o terremoto ou para o tsunami e os que moram perto da usina nuclear, que fica a apenas 30 km dali.

Vizinho da usina, o motorista de caminhão Ryo Takahashi, 31 anos, deixou a casa no sábado com a mulher, a filha e os sogros. A previsão inicial de uma semana no abrigo se tornou sem prazo ontem, após duas novas explosões na usina nuclear.

"Tenho de acreditar nas informações do governo", disse Takahashi, ao ser questionado se ele se considera fora do alcance da radiação (leia sobre os perigos da radiação no quadro ao lado). Ao todo, o governo japonês retirou cerca de 210 mil pessoas de um raio de 20 km da usina.

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