Novas explosões elevam risco de desastre nuclear

FUKUSHIMA - O risco de um grande vazamento nuclear no Japão voltou a subir ontem, após mais duas explosões e um incêndio na usina de Fukushima 1, a mais afetada pela combinação de terremoto e tsunami na sexta, que deixou ao menos 2.800 mortos, segundo os últimos dados oficiais --estimativas apontam mais de 10 mil mortos.

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Uma explosão, no reator 3 da usina, afetou a refrigeração de varetas de urânio (o combustível) no reator vizinho, de número 2. É provável que elas tenham sofrido pelo menos um derretimento parcial.

Para piorar a situação, na manhã de hoje, horário japonês (fim de tarde no Brasil), uma nova explosão ocorreu, dessa vez no próprio reator 2, e um incêndio foi registrado no reator 4, que até então não tinha apresentado nenhum problema.

O governo disse que o nível de radiação nos arredores de Fukushima 1 já é prejudicial à saúde humana e estendeu o perímetro de segurança de 20 km para 30 km.

O premiê japonês, Naoto Kan, pediu em pronunciamento que os moradores dentro deste raio fiquem em casa. "Os níveis [de radiação] parecem muito altos e há risco de ainda mais vazamentos", afirmou Kan.

Técnicos que trabalham na usina começaram a ser retirados do local, em um indício de agravamento do risco de um desastre nuclear.

O chefe de gabinete do governo japonês, Yukio Edano, disse ser "altamente provável" a degradação das varetas nos três reatores da usina.

Isso, por si só, não significa que realmente haverá um vazamento --apenas torna mais forte a possibilidade.

Segundo André-Claude Lacoste, da agência nuclear francesa, o nível de gravidade em Fukushima é de no mínimo 5, em escala de 1 a 7.

Usadas como combustível, as varetas contêm urânio e outros elementos. "Exposta" significa sem refrigeração (devido à redução do nível de água) dentro do reator, que é envolvido por uma parede de contenção de concreto e aço de 15 cm.

Em caso extremo, as varetas podem se fundir, com alto risco de contaminação.

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