Rei do xeque-mate

Os livros do escritor norte-americano Steven James, 44 anos, um dos principais nomes da literatura policial contemporânea, chegaram ao Brasil há relativamente pouco tempo e ainda são desconhecidos de parte do público. Ainda. Porque são bons e amarram o leitor.

Uma série de quatro livros, estrelada pelo agente Patrick Bowers, foi lançada pela Companhia Editora Nacional no ano passado e está disponível nas livrarias.

As obras todas têm nomes de peças do jogo de xadrez. "O Peão", "A Torre", "O Cavalo" e "O Bispo" (R$ 49,90 cada uma) podem até ser lidas independentemente, mas respeitar a ordem compensa. Elas alternam a resolução de casos envolvendo criminosos psicopatas e assassinos em série com a vida pessoal de Bowers.

Viúvo, o agente do FBI tem de superar a morte da mulher, ao mesmo tempo em que tenta se aproximar da filha adolescente dela, Tessa, que é agora sua dependente.

A fórmula é a mesma utilizada por outros autores do gênero. Nesse sentido, Steven James lembra muito seu conterrâneo Michael Connelly (que teve livros traduzidos para mais de 35 idiomas), e Patrick Bowers se assemelha ao perspicaz detetive Harry Bosch.

Mas seria leviano dizer que os dois são a mesma coisa. James tem uma técnica muito mais leve de escrever e alterna capítulos, narradores e pontos de vista com mais rapidez. Connelly, meu favorito, é mais denso e domina melhor a profundidade psicológica de seus personagens, principalmente os vilões.

Mesmo assim, ler Steven James foi uma grata surpresa no meu começo de ano.

Pena que o quinto livro da série, "A Rainha", vencedor de diversos prêmios literários, ainda não tenha ganhado tradução para o português.

Ele é seguido de "O Rei", ápice da história e do amadurecimento do autor.

Vivian Masutti, 28 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras pela Universidade de São Paulo - vivian.masutti@grupofolha.com.br

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