Musa das letras

A maior parte dos narradores dos livros da escritora americana Emily Giffin, 41 anos, são mulheres. Não porque ela mesma seja representante do sexo feminino, mas porque, segundo Emily, são elas quem entendem mais sobre como funcionam as engrenagens de um relacionamento.

O que, por fim, teria lhe dado um "dom" natural para falar do assunto --tão recorrente entre elas e tão evitado por eles.

É essa a matéria-prima de seus seis romances, que já venderam mais de 8 milhões de cópias no mundo, sendo 350 mil delas só no Brasil.

O último livro, lançado por aqui no mês passado, chama-se "Uma Prova de Amor" (R$ 29,90, 432 págs., Novo Conceito) e trata dos dilemas de uma mulher casada que não quer se tornar mãe.

A capa do livro é um elemento interessante na obra de Emily. Não apenas deste, mas também dos anteriores.

Pegando carona em estratégias de escritoras best-sellers, como a americana Meg Cabot ("O Diário da Princesa") e a irlandesa Marian Keyes ("Melancia"), a apresentação ao leitor é feita por meio de cores suaves, geralmente acompanhadas de figuras associadas ao universo feminino, e de títulos que contenham palavras como "coração", "amor" e "caminho", escritas em uma fonte garrafal que imita a letra de mão. Bem meigo e açucarado.

Essa, contudo, seria apenas uma artimanha de marketing para vender livros com "mais substância e gravidade", nas palavras da própria Emily.

"Todos os meus livros falam sobre relacionamentos e sobre como enfrentar as diferenças para encontrar a felicidade", avalia a autora, em entrevista concedida à coluna por e-mail.

"Na mesma época em que eu estava começando a escrever 'Uma Prova de Amor', todos os jornais estavam comentando que Brad Pitt teria se separado de Jennifer Aniston porque ela não estaria disposta a ter um filho com ele. Então, eu comecei a pensar se um casal deveria romper por causa disso, mesmo no caso de envolver um amor verdadeiro", complementa a autora, citando o divórcio dos dois astros de Hollywood, que aconteceu em meados de 2005.

Vivian Masutti, 27 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras pela Universidade de São Paulo - vivian.masutti@grupofolha.com.br

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