26/05/2013

Brown nas trevas

Vivian Masutti
do Agora

Um dos livros mais aguardados do ano, "Inferno" (R$ 39,90, 448 págs, Arqueiro), de Dan Brown, chegou às livrarias na última semana colocando à prova o talento do autor de "O Código da Vinci" (2003) e "Anjos e Demônios" (2000) para escrever best-sellers. E Brown tem tudo para convencer os leitores brasileiros de que continua em sua melhor forma.

Confira primeiro capítulo do livro de Dan Brown

Em uma trama vertiginosa, que capta a atenção do início ao fim, um elemento pode ser apontado ainda como prova de amadurecimento do escritor: essa é, sem dúvida, sua obra mais sombria.

Não só pelo tema, que remete ao livro mais famoso do autor italiano Dante Alighieri (1265-1321), mas pela tensão que acompanha sem cessar o conhecido herói Robert Langdon ao longo da narrativa.

Desta vez, Brown guardou seus anjos no bolso e liberou sem medo todos os seus demônios.

No novo enredo, o professor de Harvard, que protagonizou os dois livros anteriores e foi para os cinemas na pele de Tom Hanks, acorda de um pesadelo (em que uma bela senhora de cabelos prateados aparece diante de um mar de corpos agonizantes), em um hospital.

Desorientado e com um ferimento provocado por uma bala na cabeça, ele não tem a menor ideia de como foi parar ali.

Ao olhar pela janela, logo tem um choque: percebe que está em Florença, mas não se lembra nem de ter deixado os Estados Unidos. Na verdade, não tem nenhuma recordação das últimas 36 horas.

A tensão cresce ainda mais quando o simbologista sofre nova tentativa de assassinato, dentro do hospital mesmo.

Desta vez, a bela e inteligente personagem feminina que não deixa que o herói fale sozinho é a médica Sienna Brooks.

specialista em desvendar códigos, Langdon terá a ajuda da nova amiga para lutar contra uma mente doentia determinada a acabar com o mundo e obcecada pela "Divina Comédia", de Dante Alighieri, considerada uma das maiores obras da história da literatura.

Já conhecido entre os leitores ávidos por suas pílulas de arte diluída em turismo, Brown leva seu público a monumentos históricos italianos como a Galleria degli Uffizi, o Duomo de Florença e a Basílica de São Marcos.

Tradução sigilosa

Chamou a atenção dos fãs de Dan Brown o forte esquema de segurança montado para que nenhum detalhe do livro vazasse antes do lançamento, o que aumentou ainda mais a expectativa do público, é claro.

Durante dois meses, 15 tradutores e editores de diversos países, entre eles o Brasil, reuniram-se na cidade italiana de Milão, sem iPhones, tablets, câmeras nem computadores pessoais, para trabalhar nos manuscritos de cada idioma.

Ao final do dia, as produções eram guardadas e devidamente trancafiadas em cofres.

Vivian Masutti, 27 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras pela Universidade de São Paulo - vivian.masutti@grupofolha.com.br

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