28/04/2013

Encontro com a morte

Vivian Masutti
do Agora

Quando foi lançado nos Estados Unidos, no fim do ano passado, o livro "Uma Prova do Céu" (R$ 19,90, 192 págs., Sextante) ficou 15 semanas em primeiro lugar na lista de mais vendidos do jornal "The New York Times", além de ter ocupado a primeira posição nas listas do "Los Angeles Times", da "Publisher's Weekly" e da loja virtual Amazon.

Clique aqui para conferir capítulo do livro "Uma Prova do Céu"

A obra chegou ao Brasil recentemente, e a recepção dos leitores não foi diferente: está entre as mais vendidas das principais livrarias.

O que chama a atenção é o fato de não se tratar de um romance açucarado nem de um método de dieta, tipos de livro que têm atraído os leitores e as leitoras.

O relato em primeira pessoa narra a história do neurologista Eben Alexander III, um defensor da lógica científica que mudou a forma de encarar a vida ao passar uma semana em coma e ter uma experiência de quase morte.

A coluna entrevistou Alexander por e-mail sobre a obra. Leia trechos:

Agora - Por que seu livro faz tanto sucesso entre os leitores?
Eben Alexander III - Acho que ele desperta nas pessoas algo que elas acreditam ser verdade, que não recicla antigas ideias da ciência convencional e da religião.

Agora - E sobre a vida após a morte?
Alexander - Nossa existência passa a fazer muito mais sentido do que o pensamento limitado de que nascemos para morrer e isso é tudo. Minha odisseia envolve muitas vidas, conexões eternas que nós partilhamos com aqueles que amamos e uma fonte todo poderosa de amor existente no universo.

Agora - Por que ainda existem tantas dúvidas da comunidade científica em relação a esse assunto?
Dr. Alexander - A ciência materialista, que só pode explicar e compreender os princípios físicos, químicos e biológicos, é muito simplista. A "consciência" é o grande elefante branco que os cientistas convencionais ignoram e torcem para que ninguém perceba que ela é um mistério que não pode ser solucionada, ao menos não pelo cérebro humano. Tudo, no fim, está relacionado a chegar o mais próximo possível da verdade.

Agora - Quais são seus próximos projetos? Gostaria que você falasse um pouco sobre eles.
Dr. Alexander - Meu manuscrito original tem três vezes o tamanho de "Uma Prova do Céu", que foi feito para um leitor comum. Muito do que sobrou faz parte do segundo livro, que estou escrevendo agora e propavelmente será lançado em dois ou três anos. Estou também trabalhando em uma pesquisa sobre a profundidade transcedental os estágios da meditação. A missão da minha vida é compartilhar a minha história e suas implicações. Assim que eu compreendi a profundidade da mensagem da minha odisseia nas profundezas do coma, eu sabia que tinha que tirar isso de lá e dividir com as pessoas. A ciência convencional sugere que muitas dessas experiências são impossíveis, que são alucinações ou sonhos e que não devem ser levadas a sério. Para chegar perto da verdade, nós precisamos abrir a nossa mente e aceitar uma realidade mais profunda. A resposta está dentro de nós, nas profundezas na nossa consciência. Mas nós temos que meditar ou orar de forma concentrada para podermos nos beneficiar de todo esse conhecimento elevado.

Agora - Depois de tudo o que você viveu, você acredita em Deus?
Dr. Alexander - Claro! Eu nunca duvidaria da existência de Deus, da eternidade e da conexão das nossas almas (entre consciência e espírito). Todos nós encontraremos a mesma verdade, concentrando-se em uma oração ou meditando.

Agora - O que você tem a dizer aos que não acreditam?
Dr. Alexander - Não sejam seduzidos pela ciência reducionista e materialista ao crer que a matéria é a única coisa que existe. Esse tipo de ciência não tem provas nem explicação de como funciona a consciência que emerge do cérebro físico, como em casos de telepatia, intuição comunicação com os mortos, reincarnação e memórias de vidas passadas.

Vivian Masutti, 27 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras pela Universidade de São Paulo - vivian.masutti@grupofolha.com.br

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