Gripe comum matou 17 por dia em SP em 2008

A gripe comum foi responsável por cerca de 17 mortes por dia em São Paulo no ano passado. Ao todo, aproximadamente 6.324 pessoas morreram na cidade em 2008 devido a males provocados pela gripe, como pneumonias, bronquites e outras doenças pulmonares. A suína, por sua vez, matou seis pessoas até agora na capital.

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A reportagem tabulou os dados do Tabnet (sistema da prefeitura de SP que disponibiliza dados de mortalidade na cidade) com base em critérios do Ministério da Saúde. O órgão anunciou nesta semana que 70.142 pessoas foram mortas pela gripe comum no país no ano passado.

Os números de São Paulo permitem algumas comparações entre a gripe sazonal e a suína --que chegou ontem a 33 óbitos no país. Assim como o vírus A (H1N1), da gripe suína, que, de acordo com infectologistas se espalhou mais no inverno, o da gripe comum também faz mais vítimas nesta época do ano. Em São Paulo, o maior número de óbitos foi em julho: 629 pessoas.

Jovens x idosos
Para Jarbas Barbosa, gerente de vigilância, prevenção e controle de doenças da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), uma das explicações possíveis é que no inverno as pessoas costumam ficar mais em locais fechados, facilitando a propagação da doença. "Há também estudos que mostram que as condições climáticas ajudam na propagação do vírus", afirma.

Há, entretanto, uma diferença importante entre a gripe suína e a gripe comum, aponta Barbosa. Enquanto a primeira mata mais as pessoas idosas, a outra tem feito mais mortes entre jovens.

Em São Paulo, por exemplo, foram registrados, em 2008, 2.840 óbitos em pessoas com mais de 80 anos. Entre os com idade entre 70 e 79 anos, foram 1.580 mortes e, entre os que tinham de 60 a 69 anos, 810 óbitos.

O Brasil não divulgou a faixa etária dos mortos no país pela gripe suína. Mas dados da Opas mostram que, nos EUA, a idade mediana (mais precisa que a média) dos mortos foi 37 anos. Ainda não foi realizado um estudo que possa explicar os motivos da diferença. Mas, segundo Barbosa, uma das hipóteses é a de que os idosos tenham algum tipo de imunidade, pois podem ter entrado em contato com vírus similares da gripe suína, que circularam no mundo nos anos 1950 e 1960.

"Na gripe comum, os idosos morrem, normalmente, por causa de outras complicações geradas pelo vírus, como pneumonia bacteriana, que aparece tardiamente, depois que a gripe já deixou o organismo mais fraco", explica o infectologista Carlos Magno Fortaleza, da Faculdade de Medicina de Botucatu.

Ele afirma que, por isso, é provável que sejam registrados mais óbitos por gripe neste ano, já que os dois vírus circulam juntos", diz.

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