Exame comprova lesão em cadeirante
Folha de S.Paulo
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - O exame de corpo de delito a que se submeteu o advogado e cadeirante Anatole Magalhães Macedo Morandini, agredido na semana passada por um delegado em São José dos Campos (97 km de SP), apontou que as lesões na cabeça e no rosto foram provocadas por um "objeto contundente."
De acordo com o corregedor da Polícia Civil no Vale do Paraíba, Antonio Toledo, não é possível saber se as lesões foram provocadas pela coronha de um revólver, como afirmam Morandini e testemunhas da agressão.
Toledo disse, porém, que as provas já levantadas são suficientes para descartar a hipótese de que o próprio cadeirante tenha provocado os ferimentos. A Secretaria de Segurança Pública informou que o delegado "sofreu afastamento total" de suas funções por 30 dias.
Isso significa que o delegado Damasio Marino não cumprirá sequer funções administrativas. No dia 17 de janeiro, Morandini repreendeu o delegado por estacionar em uma vaga especial destinada a deficientes físicos.
O cadeirante afirma que, depois disso, o delegado o agrediu com coronhadas e bateu com o cano da arma em seu rosto, ameaçando-o.
Por meio de seu advogado, Marino nega as coronhadas, mas admite ter dado "dois tapas" no cadeirante após ter sido xingado e recebido uma cusparada. O delegado diz que parou na vaga porque acompanhava a noiva, grávida de quatro meses.
Na semana passada, o advogado do delegado, Luiz Antonio Lourenço da Silva, disse que o cadeirante estava mentindo e que havia provocado "autolesão". O advogado de Marino não quis comentar o resultado do exame nem a declaração do corregedor.
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