Grupos de extermínio se unem na capital

Investigações dos setores de inteligência do Ministério Público Estadual e das polícias Civil e Militar identificaram que policiais militares suspeitos de integrar grupos de extermínio nas zonas norte e leste se uniram para formar uma espécie de milícia.

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O objetivo desses PMs, segundo a cúpula da segurança pública de São Paulo, tem dois objetivos: tornar o grupo mais forte para assumir o controle do tráfico de drogas e intimidar policiais civis para evitar prisões. O grupo envolve policiais de ao menos quatro batalhões da PM na capital e tem cerca de 50 integrantes.

Documentos obtidos pela reportagem revelam que parte desse plano já está em execução. Há ainda escutas telefônicas apontando a ligação entre os dois grupos. Dois delegados e um investigador do DHPP (departamento de homicídios), responsáveis por investigar mortes na zona norte e chacinas, foram ameaçados por homens que a Polícia Civil acredita serem PMs.

A suspeita é que as ameaças partiram de policiais da zona leste ligados ao soldado Valdez Gonçalves dos Santos, 36 anos, preso em maio sob suspeita de comandar um grupo de extermínio na área do 21º Batalhão. As ameaças contra os dois delegados e o investigador foram feitas nas casas onde os policiais civis moram _esse tipo de informação (endereço) é restrita aos membros das forças de segurança.

A aliança entre os grupos de extermínio é apontada como um dos motivos para a troca do comando da Corregedoria da PM em São Paulo e do comando da corporação na região norte no mês passado. Ao todo, foram trocados dez comandantes da PM, fora o da Corregedoria.

Em 2008, o coronel José Hermínio Rodrigues, comandante da PM na zona norte, foi morto a tiros.

O controle do tráfico, a exploração do jogo do bicho e de caça-níqueis estão entre as principais fontes de renda desses PMs. Também há informações de que parte desses PMs, principalmente os da zona norte, têm relação com promotores de Justiça.