Médico é transferido para presídio no interior
Luis Kawaguti
do Agora e Folha de S. Paulo
Depois de ter pedidos de liberdade provisória negados nas três instâncias da Justiça, o médico Roger Abdelmassih, 65 anos, acusado de abusos por ex-pacientes, foi transferido ontem de uma delegacia da zona norte de São Paulo para a penitenciária 2 de Tremembé (147 km de SP).
Abdelmassih foi levado da carceragem do 40º Distrito Policial (Vila Santa Maria) na manhã de ontem para o IML (Instituto Médico Legal), onde passou por exames corriqueiros para verificar se sofreu algum tipo de agressão. Depois, seguiu até o presídio, onde chegou às 12h20.
Ele foi colocado em uma cela de observação, onde deve ser mantido sozinho por pelo menos dez dias. A penitenciária 2 é destinada a presos que têm diploma superior, que correm risco de morte se forem colocados em presídios comuns e a ex-policiais e ex-agentes penitenciários.
Abdelmassih deve encontrar em sua nova prisão detentos como Alexandre Nardoni, acusado de assassinar a filha Isabella, Lindenberg Fernandes Alves, réu no assassinato de sua ex-namorada Eloá Pimentel, e os irmãos Cravinhos, condenados, com Suzane von Richthofen, pelo assassinato dos pais dela.
O médico deve permanecer preso pelo menos até que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) tome uma decisão definitiva sobre o pedido feito por seus advogados de defesa para que ele responda ao processo em liberdade. Não há prazo para que isso aconteça.
Abdelmassih é um dos maiores especialistas em reprodução assistida do país. Ele responde por 56 estupros relatados por ex-pacientes. Segundo as vítimas, o médico cometia crimes sexuais contra mulheres em consultas ou procedimentos médicos em sua clínica, no Jardim América (zona oeste de SP). Ele se aproveitava delas enquanto estavam sedadas ou sozinhas.
Para o advogado José Luis Oliveira Lima, não há motivos para que Abdelmassih fique preso. Ele alega que, além de inocente, seu cliente não oferece risco à sociedade e tem residência e emprego fixos. O advogado pretende apresentar novo pedido para que Abdelmassih fique preso em São Paulo, onde está a família e os médicos: "Essa transferência é inadequada".
Em 2002, a Câmara Municipal concedeu o título de Cidadão Paulistano a Abdelmassih e, agora, estuda revogá-lo.
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