Após 25 mortes, Egito tenta conter onda de protestos

Centenas de pessoas entraram em confronto ontem com as forças de segurança do Egito nos arredores de um hospital no Cairo.

No domingo, distúrbios deixaram, pelo menos, 25 mortos.

Os cristão coptas são uma ortodoxia cristã que representa cerca de 10% da população de 85 milhões de pessoas do Egito.

O conselho militar que atualmente governa o país ordenou a criação de uma missão para investigar os confrontos, que tiveram início ontem a partir de um protesto cristão contra o ataque a uma igreja. A violência sectária foi a pior desde a queda do ex-ditador Hosni Mubarak, em fevereiro.

Vários veículos das forças de segurança foram incendiados ontem pelos manifestantes, que esperavam o funeral dos cristãos coptas mortos no domingo.

Ainda ontem, o primeiro-ministro egípcio, Essam Sharaf, convocou uma reunião urgente do governo para adotar medidas.

Ele afirmou à emissora de TV estatal que os distúrbios fazem parte de um complô contra o país, e apelou pela união nacional.

O líder muçulmano egípcio Ahmed al-Tayyeb também defendeu um diálogo entre autoridades das comunidades muçulmana e cristã.

Domingo

Os confrontos começaram em Maspero, em frente à sede da televisão estatal, no centro da cidade. A praça Abasiya, mais a leste, fica perto da principal catedral copta do Cairo.

O confronto deixou 25 mortos e mais de 200 feridos. Segundo a rede Al Jazeera, porém, os números podem ser ainda maiores, já que há relatos de mais de 300 feridos e 26 mortos.

Veículos do Exército foram enviados ao local da manifestação. A origem dos primeiros disparos não está clara, já que testemunhas coptas acusaram os "baltaguiya" (pistoleiros) de atirarem nos manifestantes, versão contestada pela imprensa estatal, que garante que os religiosos abriram fogo.

As Nações Unidas condenaram a violência no Egito. O presidente americano, Barack Obama, ressaltou a importância de se proteger a minoria copta.

Ministros da União Europeia disseram estar alarmados com as mortes no Egito.

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