Água de torneira em Tóquio está contaminada

Autoridades japonesas detectaram níveis de radiação acima do normal na água que abastece Tóquio e recomendaram que crianças de até um ano na capital japonesa e em cidades próximas não bebam água da torneira.

O anúncio fez crescer a ansiedade no país quanto aos riscos do vazamento nuclear na usina Fukushima 1, a 250 km de Tóquio --consequência da combinação de terremoto e tsunami que atingiu o país em 11 de março e já deixou pelo menos 9.500 mortos e 16 mil desaparecidos.

Segundo Ei Yoshida, diretor do Departamento de Águas de Tóquio, análise de amostras da água constatou a presença de 210 becquerels de iodo-131 por litro, abaixo do limite recomendado para adultos (300 por litro), mas bem acima do estipulado para crianças (100 por litro).

O iodo-131 é um dos elementos radioativos usados na fissão do urânio em Fukushima 1. Alguns especialistas suspeitam que, após o vazamento na usina, ele tenha chegado à água de Tóquio devido às chuvas. Outros dizem que o vento tem feito a radiação se espalhar.

O becquerel, por sua vez, é uma unidade de medida da radiação nos materiais --diferente do sievert, que mede sua absorção pelos seres humanos. O nome homenageia o físico francês Antoine-Henri Becquerel (1852-1908), considerado um dos descobridores da radioatividade.

A exposição prolongada ao iodo-131 eleva o risco de câncer na tireoide, mas tanto autoridades do Japão quanto especialistas dizem que a advertência sobre a água é preventiva e que não há perigo, mesmo para crianças, em consumi-la ocasionalmente ou tomar banho com ela.

Laercio Vinhas, diretor de radioproteção e segurança nuclear da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), explicou ontem que existe um exame para verificar o funcionamento da tireoide em que o paciente recebe o equivalente a milhares de vezes a concentração de iodo-131, que foi encontrado na água da capital japonesa.

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