Preço de carro pode subir em dois meses

O governo anunciou ontem aumento de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para veículos importados e para montadoras nacionais que não atenderem a novos requisitos de investimento e uso de peças nacionais.

O IPI sobe 30 pontos percentuais. Hoje, o tributo varia de 7% a 25%, dependendo do modelo e da potência do carro. Agora, ficará entre 37% e 55%. A medida atinge todos os automóveis e caminhões.

Para o consumidor, o impacto varia de 25% a 28% de alta no preço final, segundo estimativa do ministro Guido Mantega (Fazenda).

A avaliação dos requisitos será feita nos próximos dois meses pelo governo. Nesse prazo, o imposto continua nos níveis atuais.

Quem não atender às regras, como ter 65% de conteúdo nacional, por exemplo, terá de recolher posteriormente o imposto referente a esses meses. A medida vale até dezembro de 2012.

A estimativa da Fazenda é a de que entre 12 e 15 montadoras nacionais possam contar com a vantagem e não tenham o aumento.

Além do percentual de peças nacionais, é necessário preencher pelo menos seis de 11 requisitos de fabricação de peças no país, como motores, por exemplo.

Como o Brasil tem acordo com Argentina e México, componentes desses países serão considerados nacionais.

Importados

O governo estima que cerca de metade dos veículos importados terá aumento de imposto.

Devem ser atingidos, principalmente, carros chineses, coreanos e de luxo, que ganharam espaço no mercado brasileiro.

Durante o anúncio da medida, o presidente da Abeiva (associação dos importadores de veículos), José Luiz Gandini, tentou protestar, mas foi interrompido por Mantega.

Mais tarde, afirmou a jornalistas que não há justificativa para uma atitude tão "radical", pois as importações representam apenas 6% das vendas no país.

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, comemorou a medida. "Os estoques hoje não estão nos níveis ideais, mas em pouco tempo estarão normalizados", afirmou.