Governo define faixas de reajuste do INSS

O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), responsável pela negociação do aumento para os aposentados, disse ontem que o governo está aberto para discutir um reajuste escalonado, com ganho acima da inflação, para os aposentados que recebem mais do que R$ 465 ao mês.

"Ainda não há uma proposta final, mas estamos abertos a encontrar um percentual expressivo de aumento real acima da inflação para os aposentados que ganham um salário mínimo e meio, dois salários ou dois e meio", disse Dulci, durante o 10º Congresso Nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Para quem ganha o salário mínimo, o aumento já está definido: será de 8,9% --o benefício deve ir para R$ 507.

Os benefícios entre R$ 465,01 e R$ 697,50 (um mínimo e meio) teriam um aumento acima da inflação, mas menor que 8,9%. Os segurados que ganham de R$ 697,51 a R$ 930 (dois mínimos) e de R$ 930,01 a R$ 1.162,50 (dois mínimos e meio) teriam aumentos menores, mas provavelmente acima da inflação --que deverá ser de 3,64%. Quem ganha mais de R$ 1.162,51 teria um reajuste menor --não foi confirmado se acima da inflação.

De acordo com os dados estatísticos do INSS, são cerca de 3,5 milhões de segurados que recebem entre um e dois salários mínimos. Outros 18,2 milhões recebem até R$ 465.

Outra proposta seria dar um aumento único (pouco acima da inflação) para os benefícios acima do mínimo. Quem já recebe um valor próximo de R$ 465 pode ser prejudicado, já que, com um aumento menor, pode passar a receber o piso --que subirá mais.

A reunião com as centrais sindicais e a Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas), segundo o ministro Dulci, deve acontecer amanhã, em Brasília.

A Força Sindical é a favor do aumento escalonado para os benefícios. A Cobap defende que o aumento seja igual ao do mínimo. A CUT não adiantou a proposta.

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