Ministro usou jatinho de uma empresa agropecuária

Ribeirão Preto - O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, usou o jato executivo de uma empresa com negócios no setor agropecuário para se deslocar entre Brasília e Ribeirão Preto (313 km de SP), cidade onde mora e mantém sua base eleitoral.

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A utilização do jatinho foi revelada ontem pelo jornal "Correio Braziliense" e confirmada pelo ministro.

A dona do avião é a Ourofino Agronegócio, que fabrica produtos veterinários, sementes e defensivos agrícolas. A empresa foi fundada em 1985 em Ribeirão Preto e hoje tem sede em Cravinhos (292 km de SP), cidade próxima de Ribeirão Preto.

Em outubro do ano passado, quando Rossi já era ministro, a Ourofino obteve autorização do Ministério da Agricultura para comercializar uma vacina contra a febre aftosa, passaporte para sua entrada num mercado que movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano no Brasil.

Segundo a assessoria do ministro, o processo de análise da licença da Ourofino teve início muito antes de sua chegada ao ministério e uma empresa de Minas Gerais, a Inova Biotecnologia, também recebeu autorização do governo para fabricar a mesma vacina.

O ministro usou o jato da Ourofino pelo menos duas vezes em 2010. Segundo sua assessoria, ele pegou carona uma vez de Brasília para Ribeirão Preto e em outra ocasião voou até Uberaba (MG) para um evento.

Um dos filhos do ministro, o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB-SP), também viajou várias vezes no avião da Ourofino, segundo o "Correio Braziliense".

Um assessor do ministro, o diretor da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do ministério, Ricardo Saud, foi sócio dos donos da Ourofino na empresa Ethika Suplementos e Bem-Estar até 2009, quando a empresa fechou.

A Ourofino faturou R$ 289 milhões em 2010. Ela doou R$ 100 mil para a campanha de Baleia Rossi e tem um contrato com a Ilha Produções --empresa de outro filho do ministro-- para realização de vídeos institucionais.

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