Traficantes ameaçam atacar postos de saúde

RIO - Moradores do complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, relataram ontem que centenas de traficantes, muitos com os rostos pintados e com roupas pretas ou camufladas, estão escondidos na favela da Grota, uma das 12 comunidades da região.

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Afirmam que, num vaivém de motos, traficantes gritam que pretendem explodir o teleférico que está sendo construído no complexo, dentro do programa de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e ameaçam atacar postos de saúde, repartições públicas e trens que circulam em linhas férreas na região.

Por meio de redes sociais, moradores têm afirmado que haveria mais de dez corpos no alto da serra da Misericórdia, maciço no qual crescem as favelas do complexo do Alemão, na face sul, e do complexo da Penha, na face norte. A reportagem viu um corpo estirado na Vila Cruzeiro.

Tiros contínuos, em especial na região conhecida como Alvorada, vizinha da Grota, também são narrados. São constantes as ameaças de fechamento da avenida Brasil, uma das principais vias de acesso ao Rio.

Na cidade

A sexta-feira acabou mais cedo no centro do Rio. Depois da falta de ônibus e metrô lotado na noite de quinta-feira e com receio da violência, muitos cariocas anteciparam a volta para casa.
Na Petrobras, quem mora em área de risco teve direito a sair mais cedo. Na Eletrobrás, os funcionários foram liberados às 16h.

Morador do Irajá, na zona norte, o professor de inglês Alex Gezzle só voltou para casa ontem depois de três dias na casa de amigos. "A onda de violência me impedia de voltar", resumiu. A escola onde trabalha durante a manhã, em Vicente de Carvalho, cancelou as aulas. Em toda a cidade, 147 escolas estaduais e municipais ficaram fechadas ontem.

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