Aécio ganha força com a derrota de Serra

No ocaso de José Serra, vem a ascensão de Aécio Neves. O ex-governador de Minas Gerais e senador eleito é cotado para assumir o comando do PSDB. Mas Serra deu sinais, ontem, de que pretende manter no tucanato paulista o controle do partido. A decepção com o resultado das urnas em Minas Gerais foi estopim para uma mudança de Serra.

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Sobre a derrota tucana, Aécio disse, em nota, que o PSDB "sai das eleições maior do que entrou" e que "isso é bom para o Brasil". Ele também afirmou que a vitória política nem sempre é a vitória eleitoral e que, muitas vezes, isso não é compreendido.

O tucano elogiou bastante Serra, dizendo que ele "venceu obstáculos importantes e representou, com altivez e correção, valores éticos importantes do nosso povo". Porém, durante a campanha, Aécio não deu o apoio que Serra esperava.

Sem enfrentar resistência de um Geraldo Alckmin mergulhado no governo paulista, Aécio trabalhará para atrair tucanos. Não será difícil: ilhada em Minas, São Paulo e Paraná, a oposição terá em Aécio, eleito senador, uma expectativa de poder.

Perto de assumir o comando do partido, Aécio fez uma avaliação da campanha de Serra, após o debate da Globo, na última sexta-feira: "Não se faz campanha sem emoção".

Um outro tucano que desponta no cenário nacional, o governador eleito Beto Richa (PR) terá a tarefa de administrar o Estado do Paraná.

Para evitar uma crise no calor da eleição, a escolha do novo presidente do PSDB foi adiada de novembro para maio de 2011. Além da chamada despaulistanização, o partido discutirá a reconstrução da imagem. "Não podemos ter hesitação ao defender os acertos do partido", disse o ex-ministro Pimenta da Veiga, articulador de Aécio.