Lula defende Tiririca e se diz fora do novo governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, ao terminar seu mandato, vai "continuar andando o Brasil" e fazendo política, mas descartou participar diretamente do governo de Dilma Rousseff (PT).

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"Não existe nenhuma possibilidade de um ex-presidente participar do governo de um futuro presidente. A Dilma precisa construir um governo que seja a cara dela, o jeito dela, com pessoas em quem ela confie", afirmou Lula, após votar pela manhã em São Bernardo do Campo (ABC).

O petista comentou ter construído uma relação --''política, sindical, com movimentos sociais e empresários"-- que não lhe permitirá ficar parado. "Eu vou ter muita tarefa, mas a única coisa que não quero é ter tarefa dentro do governo."

Indagado se ao menos telefonará para aconselhar a nova eleita, Lula disse: "Lógico que vou discutir com ela muitas coisas. Agora, no dia 1º de janeiro, eu desembarco. Vou para a terra e ela continuará guiando nosso barco".

Em agosto, para afiançar Dilma, o presidente havia dito, em campanha no Nordeste, que poderia interferir num governo dela. "Se tiver alguma coisa errada, vou pegar o telefone e ligar para minha presidenta e dizer: 'Olha, tem uma coisa aqui errada. Pode fazer, minha filha, que eu não consegui fazer'."

Lula também defendeu Tiririca (PR), deputado federal mais votado do país, afirmando que ele "é a cara da sociedade" e classificando de "cretinice" a tentativa de impugnar sua candidatura. Sobre o promotor que pede teste de alfabetização do palhaço, Lula afirmou que "quem tem que fazer prova é quem está pedindo para ele fazer prova".

Sobre Serra, disse que o tucano "sai menor da campanha", pela agressividade contra Dilma. "Fui candidato cinco vezes, e vocês nunca me viram com a agressividade dessa campanha."