02/06/2009

Avião com 228 pessoas a bordo desaparece

Passageiros e tripulantes do voo AF 447 estão desaparecidos desde a noite de domingo, quando o Airbus A330, que saiu do Rio de Janeiro com destino a Paris (França), deixou de ser detectado pelos radares. A aeronave da Air France transportava 216 passageiros e 12 tripulantes. Na lista de desaparecidos estão sete crianças e um bebê. Segundo a companhia área, 59 são brasileiros.

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Não há muitas informações sobre as causas do acidente. Sabe-se apenas que o avião cruzava o oceano Atlântico em uma área de forte turbulência, conhecida como zona de convergência intercontinental. É uma região caracterizada por chuvas contínuas e intensas descargas elétricas.

Uma das hipóteses é que o Airbus tenha sido atingido por um raio. A interferência pode ter causado uma pane elétrica ou uma explosão --relatada por passageiros da TAM que sobrevoaram a mesma região anteontem e viram um clarão amarelo semelhante a fogo.

Outra possibilidade está relacionada à despressurização, durante passagem pela área de turbulência. Uma porta, janela ou mesmo o para-brisa pode ter se partido, causando entrada de ar na aeronave. Nesse caso, passageiros e tripulantes morreriam congelados ou por falta de ar.

Equipamentos em pane
O último contato dos pilotos foi feito às 22h33, a 565 km de Natal (Rio Grande do Norte). Não houve relato de problemas técnicos. Por volta das 23h15, porém, a Air France começou a receber uma série de mensagens automáticas da aeronave. De acordo com o diretor-geral da empresa, Pierre-Henry Gourgeon, "vários equipamentos tinham entrado em pane", o que provocou "uma situação totalmente inédita no avião".

Segundo Gourgeon, é provável que a queda no Atlântico tenha acontecido logo depois dessas mensagens. Pelo cálculo, o avião se chocou no oceano pouco antes das 23h30, em uma região intermediária entre as costas do Brasil e da África.

Autoridades brasileiras iniciaram as buscas às 2h30 de ontem. São seis aviões, dois helicópteros e três navios, do lado brasileiro, empenhados em localizar os destroços do Airbus. O governo francês enviou mais duas aeronaves e criou um "célula de crise" para tratar o caso. A Espanha e os EUA também ajudaram com aviões. No Airbus, havia passageiros de, pelo menos, 30 nacionalidades.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva trocou, por telefone, "condolências" com o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Os dois revelaram tristeza e preocupação com as famílias das vítimas, concentradas nos aeroportos do Rio e da França. As chances de haver sobreviventes são remotas, dizem especialistas.

Lista de desaparecidos
A Air France não revelou informações sobre as causas do acidente. A empresa apenas assegurou que o Airbus era novo --tinha quatro anos de uso-- e passava constantemente por manutenções. A última delas aconteceu em abril deste ano.

A companhia afirmou que espera o resultado das investigações e assegurou que prestará auxílio aos parentes. Os nomes divulgados até agora são confirmados por familiares. Entre os desaparecidos está o príncipe brasileiro Pedro Luiz de Orleans e Bragança, descendente direto de dom Pedro 2º.

No Rio de Janeiro, as buscas por informações ficaram concentradas no aeroporto do Galeão. Representantes da companhia e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) reuniram os parentes no salão nobre para dar as informações e o apoio --médico e psicológico, se necessário. Havia, ainda, a opção de seguir para um hotel na cidade.

Até o início da madrugada de hoje, não havia, no entanto, sinais dos destroços no Airbus no oceano Atlântico. Aviões dos países envolvidos no trabalho sobrevoavam uma área de 120 km2. Do total de desaparecidos, 126 são homens e 82, mulheres, além dos oito menores.