Defesa compara denúncia do mensalão a ato terrorista

Brasília - Márcio Thomaz Bastos, advogado do então diretor do Banco Rural José Roberto Salgado, comparou a denúncia do mensalão a um ato terrorista e pediu "duplo cuidado" aos ministros do Supremo Tribunal Federal.

Bastos se referia à decisão da semana passada do STF, que negou um pedido seu para enviar parte do processo do mensalão para a primeira instância.

"Eu tenho certeza que cada um dos senhores há de julgar com duplo cuidado, no lugar do duplo grau de jurisdição. É um julgamento de bala de prata", afirmou.

Ontem, quinto dia do julgamento, os ministros ouviram as defesas do chamado núcleo financeiro, formado por membros do Banco Rural.

Segundo o Ministério Público, eles negociaram com os demais núcleos a realização de empréstimos fraudulentos para financiar o suposto esquema.

Em troca, esperavam obter do governo vantagens na liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco.

Bastos, que era ministro da Justiça quando o esquema foi revelado, disse que a intenção da denúncia era "dizer terroristicamente" que o banco emprestava para obter benefícios no futuro, o que, disse, não se comprovou.

Afirmou ainda que as ações do Rural estavam centralizadas nas mãos de José Augusto Dumont, falecido vice-presidente do Banco Rural.

A defesa de Vinicius Samarane, ex-vice-presidente do banco, apontou "excessos" da Procuradoria.

Antônio Mariz, advogado da ex-diretora Ayanna Tenório, argumentou que são frágeis as acusações contra sua cliente.

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