21/02/2016

A volta de Harry

Vivian Masutti
do Agora

Desde que foi anunciado, no último dia 10, no site da autora britânica J.K. Rowling, o novo livro da série "Harry Potter" tem causado comoção nos fãs: pouco mais de 24 horas depois, a publicação, disponível em pré-venda no site da Amazon (R$ 119) e na rede britânica Waterstones (R$ 57), já era a mais vendida.

Tamanha euforia se deve ao fato de que, desde 2007, quando chegou às livrarias "As Relíquias da Morte", sétimo e último livro da saga iniciada em 1997, a autora nunca havia dado sinais de uma continuação, apesar de ter desenvolvido tramas paralelas.

Além disso, é de conhecimento público que Harry só terminou o último livro vivo porque Rowling mudou de ideia em relação ao roteiro original, talvez por não ter previsto tamanho sucesso, que lhe rendeu a venda de 450 milhões de cópias ao redor do mundo.

Fato é que, se a sobrevivência do bruxinho era esperada em 2007, o anúncio da britânica de tornar a peça "Harry Potter and the Cursed Child" (Harry Potter e o filho amaldiçoado, em tradução livre) um novo livro surpreendeu.

A versão impressa trará uma história que se passa 19 anos depois dos acontecimentos do sétimo livro.

O enredo envolve um Harry adulto, agora funcionário do Ministério da Magia, e o mais novo de seus três filhos, Alvo, que se esforça para lidar com o peso do legado da família. Harry, é claro, vive assombrado pelo passado (quando enfrentou e matou o bruxo mais temido da Terra, responsável pelo assassinato de seus pais, de quem o herói mal se recorda).

No dia 31 de julho, quando o livro for lançado (em inglês; ainda não há previsão para a edição em português sair), estarei com ele em mãos, prestes a retornar, página a página, à aventura do bruxinho que cresceu comigo.

Hoje, aliás, teríamos mais ou menos a mesma idade, apesar de faixa etária nunca ter sido um problema para o público de Harry.

A vida do órfão, que viveu até os 11 anos sem saber que era bruxo, foi contada em 78 línguas a crianças, jovens e adultos.

E, por mais que os jovens daquele tempo hoje estejam adultos, e que os adultos tenham entrado na terceira idade, o envolvimento emocional com o mundo de magia erguido por Rowling continua forte.

Forte o suficiente para formar uma nova geração de fãs.

Se Harry não morreu, que, ao menos, tenha vida longa.

Vivian Masutti, 30 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras (português e francês) pela Universidade de São Paulo, onde também cursou a Faculdade de Educação e obteve licenciatura plena em língua portuguesa. No Agora, é editora-assistente do caderno "Show!" - vivian.masutti@grupofolha.com.br

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