Não existem homens bons

Uma boa história, baseada em um ótimo livro, deve chegar aos cinemas brasileiros em grande estilo no próximo mês.

• Clique aqui e confira capítulo do livro "Paperboy"

"Obsessão" será o nome por aqui do filme inspirado no romance "Paperboy" (R$ 29,90, 336 págs., Novo Conceito), do novelista norte-americano Pete Dexter.

Projetado no cinema nas peles de Nicole Kidman, Zac Efron e Matthew McConaughey (em longa indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2012), o livro deve ganhar a devida atenção do público com a repercussão do filme.

Dexter não é qualquer um. Articulista de revistas como "Sports Illustrated" e "Playboy", o autor demonstra um dom singular para captar a perversidade e a violência invariavelmente presentes no espírito humano.

Mais do que um thriller narrado de maneira tensa do início ao fim, "Paperboy" é um livro sobre a (ausência de) moral e mostra detalhes de personalidades atormentadas.

Nesse contexto, o estopim da trama é justamente o assassinato a facadas do xerife Thurmond Call, mandachuva de uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos.

Dois irmãos jornalistas, então, decidem investigar o crime, em uma reportagem que pode lhes render o prêmio Pulitzer (o mais importante do gênero).

Enquanto um é obsessivo e reservado, o outro é volúvel e temperamental.

Ambos são convencidos pela sedutora Charlotte (Nicole Kidman, no filme) de que o homem preso pelo homicídio é inocente.

Mas o plano da dupla começa a sair dos eixos quando o irmão mais novo --que sofre de um transtorno dissociativo que o faz perder a memória-- começa a ter fantasias sexuais com moça.

No livro, nenhum dos personagens é inocente. Muito menos bonzinho.

Vivian Masutti, 27 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras pela Universidade de São Paulo - vivian.masutti@grupofolha.com.br

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