Temido, radar móvel deixa de ser usado em São Paulo

Temidos por motoristas que procuram cada brecha da fiscalização para acelerar além da conta, os radares móveis não frequentam mais as ruas e avenidas paulistanas. A aposentadoria foi decretada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), após mais de uma década de atividade em São Paulo.

Defendidos por nove entre dez especialistas em segurança viária, eles eram considerados pelos infratores armadilhas, bons para arrecadar, instrumentos da indústria de multas.

Desde julho, os últimos 13 equipamentos (que se alternavam em 150 endereços) foram colocados em pontos permanentes. E a nova diretriz é essa: não haverá mais revezamento. Todos seguirão em pontos fixos, que somam hoje mais de 500 os endereços de cada um podem ser consultados na internet (www.cetsp.com.br).

"O secretário [dos Transportes, Marcelo Branco] falou: vamos acabar com esse negócio de cara pendurado atrás de radar escondidinho", afirma Luiz Alberto dos Reis, coronel da PM e diretor administrativo da CET.

Não havia efeito educativo? "É bom para arrecadar", diz Reis. Ele acrescenta: "A rotatividade tem um lado positivo para a segurança do trânsito. Mas, por outro lado, a administração sempre tomou pancada por isso".

Ainda assim, Reis nega qualquer influência das eleições para prefeito em 2012 na posição adotada pelo governo Gilberto Kassab (PSD).

Entre 2005 e 2010, a frota subiu 16% na capital, enquanto as multas saltaram 96%. Especialistas defendiam os radares móveis pelo efeito psicológico nos motoristas. Além de mais acidentes, temem favorecimento a quem só obedece limites de velocidade onde há fiscalização.