Prefeitura é usada para criar partido de Kassab

A estrutura da Prefeitura de São Paulo está sendo usada para coletar assinaturas de apoio ao PSD, partido que será criado pelo prefeito Gilberto Kassab, que saiu do DEM.

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Ontem, o chefe de gabinete da Subprefeitura da Freguesia do Ó, na zona norte, entregou uma lista de apoio à sigla para a reportagem, que assinou o documento no gabinete do subprefeito Valdir Suzano. O administrador da regional estava no local.

O diálogo com Roberto Rodrigues, o assessor que levou o repórter até o gabinete, foi gravado. Além da assinatura, ficaram registrados na ficha o nome, o município, a sessão eleitoral e o número do título de eleitor.

Depois de ser procurada pela reportagem, a assessoria da prefeitura enviou nota na qual informou que Rodrigues foi exonerado ontem, "a pedido". "Foi aberta apuração preliminar para averiguação da acusação de que o citado profissional teria usado a estrutura da subprefeitura para atividades políticas", completa o documento.

Na entrada da Subprefeitura da Freguesia do Ó, identificando-se apenas como eleitor, a reportagem perguntou se poderia assinar a lista de apoio ao PSD. Um funcionário indicou o gabinete de Valdir Suzano, onde estava um assessor que se identificou como Roberto. "É para a lista?", questionou o assessor, que pouco depois trouxe um bloco de fichas com o logo do PSD.

Após a assinatura do documento, o assessor ressaltou: "Isso aí não é filiação, não, viu? É só apoio".

Para obter o registro da nova sigla na Justiça Eleitoral, Kassab e seus aliados são obrigados a apresentar cerca de 490 mil assinaturas de eleitores. Elas servem como declaração de apoio à fundação da sigla, e devem ser colhidas em pelo menos nove Estados.

O DEM apresentará hoje duas representações solicitando que o caso seja investigado pelos ministérios públicos Estadual e Eleitoral. O PTB também questionará a coleta de assinaturas.

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