Alckmin assume de olho em projeto eleitoral

O tucano Geraldo Jose Rodrigues Alckmin Filho, 58 anos, reassume hoje, depois de quatro anos, o governo do Estado de São Paulo, com a equipe desenhada sob medida para seu projeto eleitoral, seja a busca da reeleição ou da Presidência da República.

Além da tentativa de ampliação do arco de alianças --com inclusão do PSB e reserva de espaço para o PMDB, por exemplo--, a montagem de seu secretariado mostra um esforço de asfixia de um potencial adversário em 2014: o prefeito Gilberto Kassab (DEM).

"Temos que levar o governo mais para esquerda", justificou Alckmin nos últimos dias a interlocutores. "Nossa base está muito fragmentada", acrescentou. E não é só. Ao atrair o chamado bloquinho e manter o PMDB na sua esfera, Alckmin tenta debilitar uma eventual candidatura de Kassab ao governo do Estado.

Prestes a se filiar ao PMDB, Kassab tenta se viabilizar como alternativa à polarização entre PT e PSDB no Estado. Também para neutralizar Kassab, o tucano adensa os laços com o vice Guilherme Afif, o único do DEM contemplado em seu secretariado.

Equilíbrio

Assim, a montagem da equipe reflete a disposição de Alckmin de influir na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Uma das apostas para disputa em 2012, Afif tem sido tentado a se filiar ao PSDB (e não ao PMDB), caso Kassab migre para a base de Dilma. Além de Afif, Alckmin prestigiou mais dois possíveis candidatos à prefeitura: os tucanos Bruno Covas e José Anibal.

Sem descartar uma candidatura para a Presidência, Alckmin equilibra-se, dentro do PSDB, na disputa entre aecistas e serristas. Evita tomar partido. Quando questionado sobre sua relação com José Serra ou Aécio Neves, limita-se: "Ótima".