Skaf planeja desconto no IPVA a quem viajar por SP

Agora - O senhor promete desconto no IPVA para quem paga pedágios estaduais. Como será feito esse cálculo?
Paulo Skaf - O valor arrecadado com o IPVA é dividido entre a prefeitura e o Estado. Para quem paga R$ 1.000 de IPVA, por exemplo, o desconto limite será de R$ 500, que é a parte do Estado. Da meia-noite às 7h, poderá ser compensado 100% do valor do pedágio e, das 7h à meia-noite, 50% do valor.

Agora - Como o Estado saberá quem pagou o pedágio?
Skaf - Isso é um detalhe. As pessoas podem juntar as contas e depois apresentar, para ter o desconto, ou podemos ter um sistema eletrônico.

Agora - O senhor acredita que terá apoio da Assembleia para aprovar esse projeto?
Skaf - Vou ter apoio da Assembleia para aprovar este e outros projetos que vou encaminhar.

Agora - O senhor também pretende reduzir os valores dos pedágios, revendo os contratos?
Skaf - Não, vamos respeitar os contratos e compensar os gastos com os descontos no IPVA.

Agora - Vai acabar de construir o rodoanel? Cobrará pedágio?
Skaf - Pretendo finalizar o trecho leste e o trecho norte até o final do meu mandato, mas não posso dizer se vai ou não ter pedágio. Não sou contra ter pedágio em estrada. É uma opção. O problema é ter um preço alto e o resultado para as empresas que é um lucro absurdo.

Agora - Vai duplicar a rodovia dos Tamoios? Como?
Skaf - Sim. Pretendo duplicar a Tamoios fazendo um anel no entorno de Caraguatatuba e São Sebastião, e investir no porto de São Sebastião. É forma de dar acesso ao porto, com um investimento em torno de R$ 1 bilhão.

Agora - O que o senhor fará para melhorar a infraestrutura dos aeroportos?
Skaf - São 36 aeroportos em São Paulo. Os cinco principais são de responsabilidade da Infraero [empresa do governo federal]. Ou a Infraero vai investir nesses aeroportos ou eu vou exigir a estadualização. Temos de investir no terceiro terminal do aeroporto de Cumbica, e, Guarulhos, na segunda pista e nos terminais de Viracopos, em Campinas. Além disso, eu ampliaria o aeroporto de Congonhas [na capital]. Isso tudo independentemente de um novo aeroporto ser feito em São Paulo.

Agora - Que medidas o senhor tomará para viabilizar São Paulo como sede da Copa do Mundo de 2014?
Skaf - Tem a questão do trecho leste do Rodoanel, a ampliação da [avenida] Jacu-Pêssego, que é uma obra da prefeitura. O que eu pretendo fazer, além do que já está acontecendo, é acelerar o Rodoanel.

Agora - O senhor é a favor de investimento público no estádio do Corinthians?
Skaf - Eu sou a favor do melhor projeto. Vou apoiar alavancando empresas que possam ajudar. São Paulo precisa receber a abertura da Copa da melhor forma possível. Esta é a nossa oportunidade para ser a vitrine do mundo. Como governador, eu vou chamar esses projetos todos, vou apoiar o mais viável para que ele aconteça. Também vou acelerar as obras do metrô.

Agora - O senhor vai ampliar a malha do metrô?
Skaf - Vou dobrar o tamanho. Temos 69 km de metrô e quero terminar os quatro anos com 120 km. Existe projeto para construir mais 60 km de metrô e eu pretendo executar isso nos quatro anos de governo. Vou fazer 15 km por ano.

Agora - Quanto isso vai custar?
Skaf - Vamos falar aí em torno de uns U$ 10 bilhões para investir em quatro anos. E isso é o que terá que ser investido no metrô.

Agora - Quantas estações novas serão entregues?
Skaf - Preciso pegar os estudos que existem. Esses 60 km tem projetos que estão no papel. Vou por o pé no acelerador, fazer acontecer.

Agora - Sobre a CPTM, a maior reivindicação é pela modernização dos trilhos. O senhor fará isso? Quando?
Skaf - Sim, com sistemas de sinalização mais modernos para aumentar o rendimento e o fluxo de passageiros e para os trens andarem com maior velocidade. Isso está dentro do programa de investimentos.

Agora - O que o senhor fará para que o cidadão que usa carro andar mais rápido?
Skaf - O trânsito hoje é cuidado pelas companhias de engenharia de tráfego, que são municipais. O que nós vamos implantar é uma visão de região metropolitana. A estratégia do trânsito não vai ser tratada pelas prefeituras. Dentro disso, vai estar a revitalização dos trens, a ampliação do metrô, os corredores de ônibus, os corredores para motos e bicicletas e o aumento de estacionamentos. Essa interligação dos modais de transporte é que vai ajudar o trânsito, e isso vai ser uma estratégia diferente da que existe hoje.

Agora - O senhor é a favor do pedágio urbano? E do rodízio?
Skaf - Sou a favor do rodízio porque o trânsito já é uma loucura com ele, sem ele seria ainda maior. Sobre o pedágio urbano, não sou a favor.