Intolerância alimentar é reação exagerada do organismo

Apesar de o sanduíche estar saboroso, você sente uma sensação de indigestão. Há dor e, eventualmente, até diarreia. Se a situação se repete com frequência, pode não ser um simples mal estar, mas um sinal de intolerância alimentar.

"O diagnóstico é complicado porque pode se confundir com outros problemas semelhantes, como alergia, por exemplo. Os sintomas são bem parecidos", informa Maria Teresinha Soares Rocha Malheiros, alergista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.

A médica diz que a intolerância pode ser também detectada em relação a medicamentos, e que é até comum. O paciente ainda pode sentir náuseas, dor de cabeça e fadiga, entre outros sinais.

Não é alergia
Mas, apesar de se assemelhar a reações alérgicas, a intolerância é bastante diferente. "Trata-se de uma reação adversa, que não é esperada. Enquanto nas reações alérgicas existe a produção de anticorpos, pelo organismo, contra o elemento que não é reconhecido, na intolerância esse processo não ocorre. Há apenas uma reação exagerada do organismo", diz a alergista. Ela explica: "Se um medicamento causa sonolência, por exemplo, o paciente praticamente não consegue ficar acordado. No caso de alimentos, a digestão e a absorção dos nutrientes não é feita corretamente, por isso o mal-estar aparece."

Assim, na alergia, a exposição ao agente que causa as reações pode causar sintomas severos e, em último caso, até a morte. Já a intolerância não chega a ter essa gravidade. "Algumas pessoas nem sabem que têm o problema. Às vezes o paciente sempre se sente mal ao comer determinado alimento e, por conta própria, acaba evitando, sem nunca ter o diagnóstico." No caso dos alimentos, é comum a intolerância à lactose (do leite) e ao glúten (proteína encontrada em cereais), por exemplo.

Tratamento
De acordo com a alergista, é difícil falar em tratamentos para intolerância. Em casos menos graves, o paciente pode continuar a consumir os alimentos eventualmente. Se for em relação a um medicamento difícil de ser substituído, é feita uma tentativa de diminuição da dose, para minimizar os sintomas do problema. "Na maior parte dos casos, porém, o remédio é trocado ou o paciente precisa eliminar o alimento que causa as reações."

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