Em um mês, 39 são mortos a tiros por motoqueiros

O autônomo Alex Marques do Vale, 30 anos, conversava com amigos em um bar em São Paulo quando dois homens em uma moto dispararam contra os clientes.

Eram 23h05 do dia 31 de outubro.

Alex, que já tinha sobrevivido a uma tentativa de homicídio seis anos atrás, ao ser baleado de raspão na cabeça em um assalto em Campinas (93 km de SP), não resistiu.

Levou seis tiros.

Nas periferias, esses assassinos passaram a ser chamados de "motoqueiros fantasmas".

Chegam com a placa da moto tampada, atiram e fogem sem serem reconhecidos.

Assim como Alex, outras 38 pessoas também foram mortas por motoqueiros de 24 de outubro a 27 de novembro, segundo levantamento da reportagem.

Resposta

O DHPP (departamento de homicídios) de São Paulo não quis comentar os dados obtidos em 74 das 93 delegacias da capital pela reportagem.

Em nota, o órgão informou que não poderia detalhar informações porque isso iria atrapalhar as investigações dos casos.

O departamento, que tem concentrado as apurações sobre os homicídios dolosos (intencionais) na atual crise de segurança, limitou-se a informar que metade dos assassinatos ocorre à noite e que 30% dos atiradores guiavam motos no momento do crime.

Do total de delegacias, 19 não informaram dados.

Entre elas estão unidades que costumam registrar várias ocorrências, como Campo Limpo (que neste ano inteiro teve 46 vítimas), Teotônio Vilela (32 vítimas no ano) e Brasilândia (17 vítimas).

Essas 19 delegacias alegaram que não tinham autorização.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública afirmou que não proíbe a divulgação de dados. Quem define isso são as próprias autoridades policiais, diz a pasta.

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