Seis jovens são torturados e assassinados no Rio

Seis jovens com idades entre 16 e 19 anos foram encontrados mortos na manhã de ontem com sinais de tortura na rodovia Presidente Dutra, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Seus corpos estavam cobertos por uma lona, e tinham membros fraturados e marcas de tiros de fuzil e de facadas.

A polícia suspeita que eles tenham sido mortos por criminosos do morro da Chatuba, em Mesquita, por morar em uma favela de uma facção rival. A hipótese é que eles tenham sido confundidos com traficantes. Os jovens não tinham antecedentes criminais.

Eles estavam desaparecidos desde a tarde de sábado, quando deixaram suas casas no bairro Cabral, em Nilópolis, também na Baixada, para participar de um campeonato de pipas no Parque Nacional de Gericinó, no município vizinho de Mesquita. Em seguida, avisaram que iriam para uma cachoeira.

As investigações apontam que eles foram surpreendidos por criminosos em um matagal do parque. De lá, foram levados para a Chatuba, ao lado do parque. Na noite de sábado, o pai de um dos jovens conseguiu ligar para o celular de um amigo que estava com o filho. "Procura outro filho porque esse você não tem mais", disse um desconhecido que atendeu.

Ontem, as polícias Civil e Militar fizeram uma operação na Chatuba, mas apenas dois homens foram presos -- a polícia não informou se eles são suspeitos do crime.

Segundo a polícia, Remilton Moura da Silva Junior, conhecido como Juninho Cagão, apontado como chefe do tráfico da favela, é o principal suspeito de ter ordenado a chacina. No sábado, horas antes do sumiço dos jovens, um PM foi assassinado na favela. O corpo de um pastor também foi achado no final de semana perto dali. Um homem que o acompanhava está desaparecido.