Presa por canibalismo vendia salgados com carne humana

Garanhuns - Isabel Cristina Torreão Pires da Silveira, 51 anos, era conhecida em Garanhuns, no agreste pernambucano, pelos salgados bem temperados que vendia nas ruas. Presa na quarta-feira, ela disse à polícia que recheava suas empadinhas com carne humana.

Ela, o marido, Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 51 anos, e a amante dele, Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25, também presos, são suspeitos de matar, esquartejar, comer e enterrar os corpos de ao menos três mulheres. Um dos assassinatos foi relatado em um livro, escrito e registrado em cartório por Jorge.

Em depoimento, eles disseram pertencer a uma seita e agir por orientação de uma voz, que indicava mulheres "que não prestavam" e que "superpovoavam a Terra". A polícia acredita que mais oito pessoas podem ter sido mortas, entre elas homens.

Em depoimento à Polícia Civil, gravado em vídeo, Isabel afirmou que também vendia os salgadinhos em hospitais e delegacias. "Vendi até a você", disse a um policial. Ela também afirmou que usava só um "pouquinho" de carne humana. "[Era] mais com molho, só as pontinhas", disse a acusada.

Restos dos corpos de Alexandra Falcão, 20 anos, e Giselly Helena da Silva, 31 anos, desaparecidas entre fevereiro e março, foram encontrados em covas rasas na casa dos suspeitos. Ontem, a polícia disse ter achado uma outra vala aberta no quintal.

Próxima vítima

Uma jovem de 18 anos, de Lagoa do Ouro, seria a próxima vítima do trio. Seu nome estava em um diário apreendido pelos policiais.

Ela teria perdido o ônibus que a traria nesta semana a Garanhuns.

Segundo a polícia, os acusados a atraíram oferecendo um book fotográfico. Já as vítimas mortas foram seduzidas com a promessa de um emprego de babá --uma menina de cinco anos morava com eles.

Segundo a polícia, ela é filha de Jéssica, 17 anos, supostamente morta por eles em 2008.

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