Mulher morre após fazer lipoaspiração

Maceió - Uma funcionária pública teve uma parada cardíaca durante uma lipoaspiração realizada em uma clínica de oftalmologia e morreu em outro hospital, minutos após ser transferida.

Raquel Martins Damasceno, 47 anos, morreu em decorrência de complicações ao se submeter a dois procedimentos de lipoaspiração (um na barriga e outro nas coxas) e a um enxerto de gordura nas nádegas na terça-feira.

A Vigilância Sanitária Municipal interditou anteontem, por oito dias, o centro cirúrgico do Instituto de Olhos de Maceió.

A decisão foi tomada após inspeção, que constatou que a unidade não apresentou documentos de habilitação para realização de cirurgias plásticas no local.

A Vigilância também informou que o centro oftalmológico deveria estar com uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) móvel na unidade durante a cirurgia.

O CRM/AL (Conselho Regional de Medicina de Alagoas) informou que, na próxima segunda-feira, deverá iniciar as investigações sobre o caso.

O irmão de Raquel, Raul Damasceno, contou que ela estava saudável quando entrou na sala de cirurgia para se submeter aos três procedimentos cirúrgicos.

Damasceno afirmou, ainda, que a irmã se submeteu aos procedimentos por questões estéticas e que ela fazia academia.

Segundo o laudo emitido pela Santa Casa, a mulher morreu devido a três paradas cardíacas e a um quadro de embolia gordurosa (quando uma placa de gordura atinge a corrente sanguínea e causa uma embolia pulmonar).

O atestado de óbito do IML (Instituto Médico Legal) não determinou a causa da morte dela.

Resposta

Maceió - A direção do Instituto de Olhos de Maceió informou que o centro cirúrgico do instituto está habilitado para realizar cirurgias de pequeno e médio porte com baixo risco de complicações e que por isso não necessitaria de uma UTI.

Segundo o diretor, Alan Barbosa, o instituto realiza há quase 16 anos cirurgias oftalmológicas e plásticas sem a ocorrência de óbitos até então.

O advogado do cirurgião plástico Valter França, Carlos Henrique Ferreira Costa, afirmou que o médico atribuiu a morte da paciente como uma "fatalidade" e enfatizou que o médico tem 42 anos de atuação e já realizou 15 mil cirurgias plásticas, sem registro de nenhum óbito.