Ex-secretário de Alckmin é preso em operação da PF

A Polícia Federal prendeu ontem Laurence Casagrande Lourenço, ex-secretário de Transportes e Logística e ex-presidente da Dersa da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), e mais seis servidores e ex-funcionários da empresa em operação contra irregularidades em contratos de obras do Rodoanel.

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A estimativa é que o prejuízo tenha sido de R$ 600 milhões, dizem a polícia e o Ministério Público Federal.

Lourenço foi, até ontem, presidente da estatal da Cesp (Companhia Energética de São Paulo).

As investigações apontam adendos contratuais irregulares nas obras do Rodoanel.

De acordo com as investigações da Polícia Federal e da Procuradoria, foram beneficiadas as construtoras OAS e Mendes Júnior, já investigadas na Operação Lava Jato.

Os obras do Rodoanel foram iniciadas em 2013, na gestão Alckmin. Já as apurações começaram em janeiro de 2016, após João Bosco Gomides, ex-empregado de uma terceirizada, ter dito à PF que soube das fraudes por meio de um gerente do projeto que teria sido vítima de represálias por ter se recusado a assinar os aditivos.

Resposta

A defesa de Laurence Lourenço afirma que o ex-secretário tratou dos aditivos de maneira técnica e legal. A estatal informou que adotará medidas caso sejam comprovados prejuízos.

O advogado Eduardo Carnelós, defensor de Lourenço, disse que a prisão dele "além de injusta, é uma crueldade".

Segundo o criminalista, após o laudo do IPT contrário aos adendos, Lourenço determinou a devolução dos valores pagos a título provisório.

As empreiteiras, porém, invocaram uma cláusula do contrato e o tema foi parar em um junta de técnicos, que em fevereiro passado decidiu em favor da OAS.

A Dersa afirma que "havendo qualquer eventual prejuízo ao erário público, o estado adotará as medidas cabíveis".

A gestão de Márcio França (PSB), sucessor de Alckmin, informa que abriu uma sindicância na Corregedoria-Geral da Administração.

A Mendes Júnior disse que não se manifestaria. A OAS não respondeu.

A assessoria de Alckmin disse que ele apoia as investigações.

"Com relação ao caso mencionado pela reportagem, o ex-governador reforça que todas as informações solicitadas foram prestadas pela Dersa ao TCU, que ainda não julgou o caso."

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