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Churrascos e saudade de casa marcam protestos na estrada
Folha de S.Paulo
A pedradas ou na base do convencimento, caminhoneiros enfileiraram seus veículos em estradas de todo o país para pressionar pela redução do diesel, promover churrascos, galinhadas e chorar a saudade de casa.
A reportagem percorreu rodovias como Régis Bittencourt, Presidente Dutra e Fernão Dias para saber mais da vida na estrada.
Manifestantes de pouco mais de 20 anos ou na casa dos 65, em uma mobilização difusa, eles reclamavam de custos e de tudo. "Aqui a gente corre risco de vida, fica até sete meses longe da família e ainda tem que pagar para trabalhar?", questionou o motorista Valdivino Fonseca, 65, em um dos pontos de manifestação na Via Dutra.
Com o dinheiro no limite, segundo relatos, os motoristas se aglomeraram nas estradas e se solidarizaram uns com os outros. Na quinta-feira, entre doações recebidas e vaquinhas para comprar alimentos, improvisaram uma galinhada. Do analógico ao digital, conectavam-se pelos velhos rádios, como de costume para Fonseca, ou pelos ágeis smartphones com WhatsApp, no caso de Ricardo Pitsch, 23. Uma paixão entre ambos: a profissão.
Pitsch até tatuou duas carretas nas costas, mas não deixa de lamentar sua rotina. "Quando a gente fecha a porta do caminhão de noite para dormir, a gente chora, viu? É muito problema, muita solidão", disse o jovem.
Apesar disso, há também momentos de confraternização entre esses homens.
Ainda não havia escurecido quando uma churrasqueira improvisada foi colocada ao lado do posto Rodoanel Sul, na Régis, na sexta-feira, para garantir o jantar de manifestantes.
Os 70 quilos de carne -incluída a linguiça suína- e os 300 pães foram doados pelo dono do posto, Joaquim Almeida, que apoia a paralisação, segundo o gerente, Leandro Duarte. "Ele quis fazer a parte dele. Ele também é a favor de baixar o valor [do combustível]", disse Duarte. Na bomba do posto em Embu das Artes (Grande SP), o litro de diesel custa R$ 3,98. Alguns caminhoneiros se voluntariaram para ajudar a montar os sanduíches. A maioria dos manifestantes disse não haver lideranças, mas havia uma organização.
Tem quem pode e tem quem não pode passar, por exemplo. Só foram liberados os caminhões que levavam animais, produtos perecíveis ou remédios. Existe até revezamento na liberação.
Placas pedem intervenção de militares
Uma placa de "intervenção militar" e uma longa fila de caminhões no acostamento acompanhavam o bloqueio na rodovia Fernão Dias, em São Gonçalo do Sapucaí (MG).
A reivindicação "intervenção militar" fora vista pela reportagem poucas horas antes de o presidente Michel Temer (MDB) decretar GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que autoriza justamente o uso das Forças Armadas para obrigar os caminhoneiros parados a liberar as estradas.
"Temer é como se fosse um espírito do mal. Ele tira da boca dos meus meninos. Nós, descamisados e pobres, vamos tirar ele de lá", disse o caminhoneiro Paulo Roberto, 41, em São Gonçalo do Sapucaí (MG).
Movimento se organizou pelo WhatsApp
Há uma semana, uma mensagem que dizia que o Brasil ia parar a partir da última segunda-feira em protesto contra a alta do combustível chegou a um grupo do aplicativo de mensagens WhatsApp de 60 caminhoneiros da região de Embu das Artes, em São Paulo.
Parte deles se sensibilizou com o chamado, cuja origem não era clara, e criou um outro grupo com o mesmo fim. Na sexta-feira, ele já reunia mais de 290 pessoas, se tornando a principal forma de comunicação dos caminhoneiros que protestavam na rodovia Régis Bittencourt.
O formato de mobilização se repetiu em outros estados, permitindo que a paralisação prosseguisse mesmo após o acordo anunciado pelo governo com representantes da classe na quinta-feira.
"Se não fosse essa ferramenta e a internet, teríamos dispersado depois que o governo anunciou o fim da greve na televisão", disse uma das lideranças de caminhoneiros em Goiás, Wallace Ladim, o Chorão.
Segundo ele, o grupo que entrou em acordo com o governo era formado por sindicatos e patronais. "Os caminhoneiros ainda querem desconto na gasolina e no gás de cozinha", diz. E o recado passa pelo WhatsApp.
Assim tem sido feita a mobilização dos caminhoneiros nas estradas brasileiras. Fotos, vídeos, comunicados se espalham pelo aplicativo.
Apontado como liderança dos caminhoneiros parados em São Gonçalo do Sapucaí (MG), Paulo Roberto, 41, atribui o sucesso da greve à mobilização pelo aplicativo. "O que fortaleceu foram os grupos que a gente já tinha", completa.
Caminhoneira lidera grupo
Caminhoneira há 25 anos numa profissão dominada por homens, Selma Regina Santos, 48 anos, convoca online apoiadores ao protesto contra o custo do diesel. Ela é uma ativista atuante com um celular na mão. Criou três grupos no aplicativo de mensagens WhatsApp: Para Frente Brasil, Siga Bem Caminhoneiro e Rainha dos Caminhoneiros -este último em sua homenagem. "De Foz do Iguaçu a Curitiba são dez pedágios e a pista ainda é malfeita. Os valores também mudam. Você passa lá e 15 dias depois, quando volta, está outro preço", diz.
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