Doria reduz em duas horas atendimento em 11 postos

A gestão João Doria (PSDB) reduziu em duas horas o atendimento em dez UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da região da Capela do Socorro e na EMAD (Equipe Multidisciplinar de Assistência Domiciliar) de Santo Amaro, todas na zona sul da capital.

Desde ontem, os postos de saúde, que funcionavam das 7h às 19h, atendem até as 17h.

Todos são unidades de Saúde da Família. Já a EMAD, cujo horário era das 7h às 20h, fica aberta até as 18h.

O horário havia sido ampliado em duas horas durante a gestão Fernando Haddad (PT).

Anteontem, ao anunciar a mudança, a Secretaria Municipal da Saúde afirmou que as unidades tinham pouca procura.

Ontem, disse que um dos motivos é a falta de segurança na região, que faz com que os moradores não saiam de casa à noite.

Afirmou ainda que a maioria dos pacientes volta ao bairro mais tarde, em razão das dificuldades no transporte, e não seria beneficiada pelo atendimento até as 19h.

Resposta

O secretário municipal da Saúde da gestão João Doria (PSDB), Wilson Pollara, afirmou ontem que a redução no horário não afetará o atendimento das unidades da zona sul porque não haverá mudança no número de equipes nem no número de profissionais.

"O horário da manhã é o pico das unidade e o final da tarde tem baixa procura e muitas faltas", disse.

Pollara afirmou ainda que não levou o assunto para o Conselho Municipal de Saúde por considerar que o tema tinha uma "amplitude regional" e não afetava o sistema de saúde da cidade como um todo.

O coordenador regional de saúde da região sul, Marco Antonio Carvalho de Lima, disse que a ampliação do horário de funcionamento, na gestão Haddad (PT), causou uma escala de plantão que prejudicava os pacientes.

"Na Saúde da Família, vocação dessas unidades, o ideal é que o paciente seja atendido pela mesma equipe. Com a criação do plantão, nem todas as equipes tinham médicos no pico, que é das 7h às 10h", afirmou.

Segundo ele, por isso, muitos pacientes acabavam sendo atendidos por médicos de outras equipes.

"Apesar de terem o prontuário deles, os profissionais não conhecem o histórico de cada um", disse.

Segundo ele, muitos pacientes noturnos eram na verdade de emergência, e tinham de ir para outras unidades.

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