Babá diz que foi humilhada em loja no shopping Eldorado

Assim que entrou na loja de brinquedos PBKids, no shopping Eldorado (zona oeste), no último dia 4, a babá Noelia Vicente dos Santos, 48 anos, teve mais uma vez na vida a sensação incômoda de estar sendo observada com desconfiança, como se fosse fazer algo errado ali.

Isso devido à sua pele negra.

Noelia afirma que ficou menos de meia hora dentro da loja e que, ao notar que um segurança a "vigiava", resolveu falar com ele para evitar mais constrangimentos.

"Perguntei se ele sabia onde eu encontraria uma boneca qualquer. Ele foi atencioso e chamou uma vendedora. Senti que tinha algo estranho naquele olhar, coisa que as pessoas negras sempre passam. Para evitar mais um constrangimento na vida, tirei o cartão de crédito e fiquei com ele na mão."

"Gostei de um boneco de joaninha, que fazia um barulhinho. Peguei e andei com ele pela loja, mas desisti de comprar porque achei caro, R$ 40. Devolvi em uma estante qualquer e fui embora", diz a babá, moradora do Grajaú (zona sul), que há 18 anos deixou a baiana Maracás para trabalhar em SP.

Resposta

A PBKids afirmou que apura o fato, considera o caso "inusitado", lamenta que a cliente "tenha se sentido constrangida" e descarta qualquer possibilidade de preconceito racial. A PBKids declarou que não tolera qualquer tipo de discriminação em suas lojas, "não só racial, mas de gênero, idade, credo e ideias".

Diz estimular "a diversidade no quadro de colaboradores" e que o segurança "é um senhor pardo com 64 anos", há 17 anos na casa.

"Até em nossa linha de produtos defendemos a diversidade racial".

Diz que lançou, em dezembro, a "coleção exclusiva de bonecas negras Adunni, que em nígero-congolês Yorubá significa 'a doçura chegou ao lar'."

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