Diretor pede demissão de pronto-socorro sem médicos

O diretor do Pronto-Socorro Municipal Dr. Lauro Ribas, em Santana (zona norte), pediu demissão na última quinta-feira, sete dias depois de assumir o cargo.

A unidade enfrenta graves problemas de falta de materiais e medicamentos.

No dia 10 de junho, um médico fez um boletim de ocorrência, afirmando que teria de fazer um plantão sozinho.

O ex-diretor se chama Vitor Hugo Garcia Okuda. Em entrevista ao Agora, ele afirmou que deixou o cargo porque recebeu uma proposta de um grupo médico no interior.

Já os funcionários do pronto-socorro afirmam que o pedido de demissão aconteceu após o plantão noturno de quarta-feira ficar sem nenhum médico.

Na ocasião, segundo eles, dois especialistas estavam de folga e um terceiro estava de licença médica.

Para não ter de barrar quem procurava o pronto-socorro, o próprio diretor atendeu pacientes, dizem.

Resposta

A Secretaria Municipal da Saúde, da gestão Fernando Haddad (PT), e o Iabas afirmaram por meio de nota que o médico Vitor Hugo Garcia Okuda pediu demissão do cargo de diretor do Pronto-Socorro Municipal de Santana por motivos pessoais.

Disseram ainda que ele não trabalhou sozinho no dia 29.

"Na última quarta-feira, dia 29 de junho, o plantão noturno contou com os seguintes médicos: dois clínicos, um ortopedista e dois pediatras. O dr. Vitor não atuou como plantonista no dia 29 de junho, como relatado", disseram os órgãos.

Prefeitura e instituto negam, ainda, que faltem medicamentos e material no pronto-socorro, e afirmam que mantêm seis médicos trabalhando por turno.

Eles reconheceram, porém, que há aparelhos que precisam de conserto.

"Há equipamentos em manutenção, mas o atendimento está garantido com apoio de outros aparelhos e pela equipe de plantão", dizem, em nota.

Os órgãos afirmaram, também, que o regime de contratação dos médicos plantonistas pode ser de 12 horas ou de 24 horas, a depender da solicitação do profissional.

"Esta carga horária está de acordo com as normas para o trabalho do profissional médico", afirmam.

A prefeitura e o Iabas disseram também que o PS Santana absorve pacientes de outras unidades, o que eleva o tempo de espera em alguns casos.

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