Fraude rendia até R$ 280 mil por semana para servidores

O fiscal Luís Alexandre Cardoso Magalhães, um dos quatro servidores da Prefeitura de São Paulo presos acusados de cobrar propina para reduzir o ISS (Imposto sobre Serviços) de imóveis novos, aceitou fazer uma delação premiada, disse ontem o promotor Roberto Bodini.

Diante das provas apresentadas, diz o promotor, Magalhães confirmou o esquema.

"Ele apresentou detalhes que só alguém que participava do grupo conhecia", afirmou. Magalhães contou que os quatro recebiam a maior parte da propina em dinheiro vivo.

De acordo com o promotor, eles movimentavam entre R$ 240 mil e R$ 280 mil por semana.

Cada um faturava, em média, R$ 60 mil por semana há pelo menos quatro anos.

O grupo oferecia a empresas a possibilidade de reduzir até pela metade o imposto devido se pagassem uma comissão.

A prefeitura estima que o esquema tenha causado um prejuízo de R$ 500 milhões desde 2010.

Resposta

O advogado Mário Ricca, defensor do fiscal Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, negou ontem que seu cliente tenha confessado participação no esquema.

"Nada foi confirmado ainda", disse ele, após o depoimento de Magalhães na delegacia.

Ricca não comentou o teor do depoimento.

"Ele é inocente até que se prove o contrário. Vão ser provados todos os bens [de Magalhães]. Não há provas contra ele", afirmou o advogado.

O defensor confirmou que a delação premiada foi oferecida ao seu cliente, mas não disse se o benefício foi aceito ou não. O advogado negou, ainda, que o Porsche apreendido na casa de Magalhães seja de seu cliente, mas disse que ele usava o veículo.

"Não quer dizer que um veículo que está na nossa garagem é nosso. Ele [Magalhães] usa o carro às vezes, mas é aquela coisa de amizade", disse.

O advogado afirmou que Magalhães não lhe informou quem seria o dono do veículo.

A reportagem tentou conversar com Márcio Sayeg, advogado de Ronilson Bezerra Rodrigues.

Ele disse que não poderia falar e pediu para ligar depois. Em contato à noite, Sayeg não atendeu o celular.

A reportagem não localizou os advogados dos outros dois suspeitos detidos.

• Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta sexta, 1º de novembro, nas bancas

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